Criada no início do ano, a edtech Marias S/A capacita, profissionaliza e promove conexões para mulheres que desejam (re)ingressar no mercado de trabalho ou embarcar no mundo do empreendedorismo. A empresa atua nos mercados B2C e B2B com soluções para apoiar as profissionais em suas jornadas e apoiar empresas a contratar pessoas qualificadas e desenvolver colaboradores.
O negócio foi idealizado por Aline Yamada, advogada com MBA em informação, inovação e tecnologia para negócios pela UFSCar, que começou a oferecer mentoria jurídica voluntária para fundadoras de startups. “A ideia era fazer mentoria na área jurídica, mas percebi que as empreendedoras precisavam de muito mais. Elas buscavam ajuda na área de vendas, marketing, comunicação e para se posicionar no mercado, além de terem questões sobre autoconhecimento e maternidade”, conta Aline.
Foi quando ela decidiu criar um projeto maior, que ajudasse essas mulheres a alavancarem seus negócios e prosperarem tanto no âmbito pessoal quanto no profissional. Inicialmente, a proposta da Marias S/A era atuar como um instituto, mas com o tempo a organização se reposicionou como uma startup de impacto social para capacitação de mulheres, empregabilidade e transformação de negócios.
Para as profissionais, a companhia oferece treinamentos em duas vertentes – uma para empreendedoras e outra para as profissionais que buscam recolocação no mercado de trabalho. “A maior parte do nosso público é formada por mães que ficaram um tempo afastadas do mercado e estão tentando se reposicionar e encontrar oportunidades de emprego”, afirma Aline.
Já as empresas podem acessar a plataforma de capacitação para apoiar o desenvolvimento profissional de seus colaboradores e acessar o banco de dados de mulheres qualificadas. Além disso, recebem o selo “Marias” de desenvolvimento econômico e social e contam com apoio, criação ou consultoria em ESG para projetos de responsabilidade social.
Geração de impacto
“Todo o resultado da Marias S/A gira em torno de gerar impacto social para as mulheres e as empresas”, pontua Aline. Para as mentorias, a startup conta com o apoio de 40 mentores especialistas em diferentes áreas necessárias para fazer um negócio crescer. Desde a sua fundação no início do ano, a edtech já realizou mais de 500 horas de mentorias e treinamentos, com mais de mil mulheres impactadas pelo projeto. No braço B2B, a startup acaba de fechar com o seu 2º cliente.
A empresa está participando do programa de aceleração BNDES Garagem, iniciativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social criada para impulsionar negócios de impacto que contribuam para a resolução de desafios sociais ou ambientais. E no próximo mês, a companhia irá lançar uma nova vertical de capacitação para mulheres acima de 50 anos. Para o médio prazo, o plano é lançar o Marias Banking, uma vertical de fintech que oferecerá microcrédito para que mais mulheres possam começar e impulsionar seus negócios.
“O ano de 2023 é focado em posicionar a Marias S/A como uma empresa empregadora, de impacto social e sustentabilidade. O objetivo é fazer a abertura de mercado, ganhando visibilidade e chegando em mais empresas e mulheres para realmente mudar a vida das profissionais, contribuindo para que elas sejam contratadas e as empresas se tornem mais prósperas e diversas”, explica Aline.
A companhia cresce no modelo bootstrapping, ou seja, com recursos próprios e sem investidores externos. Segundo Aline, fazer uma captação não é prioridade neste momento. “Estamos colocando todos os nossos esforços na abertura de mercado para validar efetivamente os produtos, fazer com que as empresas entendam o nosso negócio e como geramos valor para o mercado”, pontua.
Uma rodada pode começar a ser estruturada no próximo ano, mas sem pressa. “Não estamos buscando investimento nesse momento. No ano que vem, podemos ter uma abertura para um investimento inicial, talvez com investidores-anjo, mas só quando estivermos com o negócio um pouco mais maduro”, acrescenta.