A Motrix, edtech que desenvolve plataformas personalizadas para flexibilizar os conteúdos curriculares das escolas, recebeu R$ 14,05 milhões do Grupo Ágathos, um dos principais mantenedores de instituições de ensino do país.
A startup foi fundada em 2021 pela SQUARE Knowledge Ventures, holding de investimentos em tecnologias para aprendizagem que atua por meio de venture building e aportes em startups. A Motrix visa ajudar escolas a serem protagonistas de seus processos de ensino, adaptando as soluções pedagógicas a suas respectivas realidades com o desenvolvimento de experiências de aprendizagem híbrida.
Com o aporte, a companhia pretende ampliar o seu time de desenvolvimento para criar um projeto-piloto com foco em escolas nos anos finais do ensino fundamental. O objetivo é disponibilizar uma plataforma com conteúdos flexíveis que podem ser personalizados para o perfil de cada aluno, professor e instituição de ensino. A empresa tem a expectativa de entregar o produto em 2024 e lançar a versão completa da interface e dos conteúdos no ano seguinte. No longo prazo, a Motrix que atender também o setor público e influenciar as definições do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD).
Patricia Ferreira, diretora de aprendizagem da edtech, explica que atualmente as escolas recebem materiais didáticos com os temas e as atividades já definidas, sem considerar a particularidade de cada instituição e seus alunos. Com a nova plataforma, será possível realizar o acompanhamento em tempo real do desempenho do aprendizado e incluir o desenvolvimento de outras aptidões como metodologias ativas, projetos, interdisciplinaridades, entre outros.
Investidor estratégico
Do total investido, R$ 8,8 milhões foram feitos em aporte direto e os R$ 5,25 milhões restantes em recursos não financeiros. “Ao invés de criarmos uma escola para ser o farol da Motrix, podemos contar com as instituições da Ágathos, que foram criadas há décadas mas são muito modernas e já estão preparadas para a demanda do mercado e busca entregar a melhor qualidade possível de educação. Os recursos não financeiros vem daí: vamos rodar e testar a solução nas unidades, fazer parcerias com os professores, utilizar as marcas e as escolas como farol”, explica o CEO da Motrix, Ricardo Schneider.
Segundo Maria Fernanda Tabacow, CEO do Grupo Ágathos Educacional, a startup possui um DNA semelhante ao dos fundadores do grupo, dedicados a trabalhar em prol da educação. “Quando a gente encontra pessoas com o mesmo propósito, que também querem fazer algo para impactar positivamente a educação do país, houve um match. O fato de a gente conhecer e acreditar um no outro fez com que embarcássemos de corpo, mente e alma neste projeto”, explica a executiva.
Fundado há mais de 50 anos por uma parceria entre os sócios Oscar Vieira, Samuel Tabacow e Luiz Castanho, o Grupo Ágathos possui 11 instituições de ensino em seu portfólio. Os empreendimentos estão localizados nos municípios de São Roque, Itapetininga, Osasco e Sorocaba, incluindo unidades do colégio Objetivo, do Sistema Anglo de Ensino e da Escola Portal – que será a primeira a receber o projeto-piloto a ser desenvolvido com a Motrix.