Edtech

Edtech usa gibis e tecnologia para educar crianças da rede pública

Startup visa faturar R$ 20 milhões este ano, por meio de parcerias e novos projetos educativos

Jovem lendo gibi
Foto: Canva

Operando de forma discreta nos últimos três anos, a Sênior Editora anuncia oficialmente sua entrada no mercado, com exclusividade ao Startups. A edtech une inovação e tecnologia para criar conteúdos lúdicos e paradidáticos para crianças e jovens de escolas públicas, com o objetivo de trabalhar temas como inclusão social, saúde, ciência, meio ambiente e conscientização.

A ideia partiu de Samuel Vieira, que durante 12 anos atuou no desenvolvimento de materiais escolares para vender ao governo. Amante dos gibis desde a infância, ele decidiu aliar a experiência profissional com o gosto pelas HQs para criar a própria empresa. O ponto de virada foi na pandemia, quando criou histórias em quadrinhos educativos sobre a Covid-19. A partir daí, a startup passou a desenvolver conteúdos de embasamento técnico e pedagógico sobre assuntos como Síndrome de Down, Autismo, dengue, entre outros.

O material é disponibilizado em uma biblioteca digital que inclui quadrinhos e livros virtuais, audiobooks, vídeos animados e conteúdos exclusivos, a partir de uma assinatura de R$ 39,90 por mês, por usuário. Além disso, a companhia lançou apps mobile com os personagens Heróis da Natureza, onde os usuários devem completar missões relacionadas ao cuidado do meio ambiente (coletando garrafas PET, por exemplo). Os jogos foram desenvolvidos com o apoio da Café Game Studio, e estão disponíveis na Play Store para Android.

“A proposta é oferecer conteúdos diferentes e de qualidade. O digital faz parte da base curricular e nos permite auxiliar na inclusão digital dos alunos. No entanto, sabemos que muitos ainda não têm acesso à internet, então também disponibilizamos os gibis físicos para facilitar a leitura”, explica Samuel.

Crescimento e projeções

Os produtos da Sênior Editora atendem mais de 50 mil crianças em 30 municípios do país. O negócio cresce com recursos próprios, desde a sua fundação. O faturamento em 2021 girou em torno de R$ 3 milhões e, no ano passado, dobrou. Para este ano, a projeção da edtech é ambiciosa – expandir o negócio e alcançar um faturamento de R$ 20 milhões. Para atingir a meta, a companhia está investindo em divulgação, incluindo a participação em eventos educacionais para se conectar com o ecossistema.

“Além disso, fechamos uma parceria com Thiago Lopes, fundador do Instituto Farol, para lançar uma plataforma de streaming de conteúdo para o professor, disponibilizando aulas e informações sobre como ele deve apoiar e trabalhar com crianças que têm Autismo, Síndrome de Down e TDAH”, explica Samuel. A previsão é colocar a ferramenta no ar nos próximos meses. No 2º semestre, a companhia deve lançar uma plataforma de formação sócio-emocional para os professores, onde eles receberão acompanhamento psicológico e poderão participar de palestras e trocas de experiências.

Apesar de manter o foco em alunos da rede pública, a startup vai abrir sua biblioteca virtual para escolas privadas, empresas e pessoas físicas. De acordo com o CEO, não há previsão de fazer uma rodada de investimento. “Sou completamente aberto a quem quiser investir em projetos específicos, e auxiliar na gestão do projeto. Mas não temos a necessidade de investimento na empresa”, finaliza.