A logística sempre foi considerada um dos principais gargalos do comércio eletrônico no Brasil. Com a pandemia, os investimentos na área explodiram. A Sequoia Logística fez seu IPO. Varejistas e plataformas de tecnologia reforçaram suas operações com aquisições e captação de investimentos. Mas, apesar de enorme, o mercado ainda é muito “old school”.
Pensando em como ajudar no banho de loja dos profissionais e tentar deixar o setor tão sexy quanto o mercado de tecnologia, 3 executivos com ampla experiência na área se juntaram para montar a edtech ImLog. A proposta é levar, por meio de imersões presenciais, cursos online e outros formatos, melhores práticas e conteúdos para quem atua na área – do motorista ao presidente. “Faltam pessoas capacitadas para olhar a logística com tecnologia, pelo ângulo do omnichannel”, diz João Cristofolini, fundador da Pegaki, que foi vendida para a Intelipost.
O plano é fazer de 8 a 10 turmas presenciais por ano com um número de 30 a 40 pessoas em cada uma. Além das imersões presenciais, está nos planos criar programas online, investir na ideia de comunidade e também criar um canal de notícias focado no mundo da logística. Em um prazo de 3 anos, a ImLog espera atender 20 mil profissionais. “A gente não dá aula, gera provocação”, filosofa Patrick Rocha, fundador da dLieve, que foi comprada pela VTEX.
Junto à dupla está Luiz Augusto Vergueiro, ex-Ambev e atual diretor senior de logística do Mercado Livre. “Não dá para viver só de startuperio. Tivemos que trazer um dinossauro”, brinca João. Além dos 3, a ImLog tem como investidores alguns executivos do mercado que também são mentores dos seus cursos. Na lista estão Rodrigo Calderaro, da Shopee); Alexandre Félix, da Loggi; Ana Blanco, vice-presidente da DHL; Marcelo Bernabe, da SBF-Centauro; Leandro Bassoi, da MadeiraMadeira; Guilherme Juliani, da MOVE3; Caio Reina, da Routeasy; e Fernando Sartori, da Uello.
Nascimento da ImLog
A história da ImLog começa em 2022, quando João e Patrick estavam pensando em seus próximos passos depois de deixarem as empresas que venderam. Nas conversas de como criar algo que não competisse com seus antigos negócios, eles chegaram à conclusão de que educação seria um espaço interessante e decidiram montar uma curso de imersão logística – daí o nome ImLog. A 1ª turma aconteceu no mês de março do ano passado com 10 mentores dando aulas por dois dias. Com o boca-a-boca gerado na estreia, veio a demanda para fazer mais. Desde então foram 6 turmas.
Luiz conta que, além do pessoal do próprio mercado, começaram a aparecer pessoas de segmentos adjacentes, como profissionais do mercado financeiro interessados em aprofundar seus conhecimentos para acompanhar a área. Também vieram outros perfis bem menos óbvios. “Em uma turma apareceram 3 paraguaios da hidrelétrica de Itaipu querendo entender como melhorar a logística de peças de reposição dentro da própria usina”, lembra.
Além das aulas, toda imersão conta com a apresentação de uma startup do setor, com o objetivo de fomentar o ecossistema. “Já saiu até investimento”, diz.
Com o interesse pela proposta, o trio resolveu criar um negócio em cima disso. A história lembra muito a de um outro trio de fundadores que criou uma empresa de cursos focada em gestão e vendas. O trio ri da semelhança e garante que os valores da ImLog são bem mais acessíveis – pelo menos por enquanto.