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Elas não param: Startups latinas movimentam US$ 1,4 bi em novembro

Relatório da plataforma Sling Hub considerou 76 rodadas de investimento. O valor médio dos rounds chegou a quase US$ 40 milhões

Elas não param: Startups latinas movimentam US$ 1,4 bi em novembro

O mercado de venture capital segue aquecido na América Latina. Só em novembro, as startups aqui da região movimentaram US$ 1,4 bilhão, distribuído em 76 rodadas, de acordo com relatório da plataforma SlingHub.  O volume ultrapassa em US$ 200 milhões os resultados do mês anterior, quando as empresas receberam US$ 1,2 bilhões.

Em todos os meses desde fevereiro, a América Latina tem superado a marca de US$ 1 bilhão investidos em suas startups. O valor médio dos rounds saltou de US$ 13 milhões em outubro para quase US$ 40 milhões em novembro. O relatório da SlingHub revela que 30% das startups latinas pretendem usar os recursos captados nas rodadas de investimento para investir nas operações.

Volume de investimentos por mês

O Brasil tem a maior participação nessa conquista. A pesquisa mostra que 70% do volume captado veio de startups brasileiras. No início da semana, o Distrito revelou que o mês de novembro foi o maior do semestre em termos de investimentos feitos em startups brasileiras, que movimentaram US$ 809,9 milhões em 55 rodadas.

As três maiores rodadas do mês foram a série D da Facily (US$ 250 milhões), a rodada da Inspirali Educação (176,1 milhões) e a série C da CloudWalk. Juntas, elas captaram US$ 576,1 milhões, mais de 40% do total de investimentos LATAM.

A transação da CloudWalk é uma das principais do mês, já que a companhia fechou a rodada menos de 6 meses depois da série B. A operação foi liderada pela Coatue, com participação da DST, The Hive Brazil e Valor Capital, A-Star e Plug and Play Ventures. Com o caixa reforçado, a fintech passou a valer US$ 2,1 bilhões, tornando-se o novo unicórnio em terras brasileiras.

Distribuição das rodadas por tamanho, tempo de vida da startup e modelo de negócios

Outros destaques

A série B do isaac, startup que leva gestão financeira por meio da tecnologia para escolas privadas, foi a maior rodada de edtech da América Latina. A companhia levantou US$ 125 milhões em operação liderada pela General Atlantic, com participação do SoftBank e Kaszek. Segundo o SlingHub, os investimentos em edtechs saltaram de US$ 39 milhões em 2020 para US$ 721 milhões em 2021, um aumento de 1743% US$ 16 milhões para US$ 407 milhões, um aumento de 24 vezes.

O mês de novembro teve apenas um pré-seed, da deeptech argentina Aptugo, que captou US$ 275 mil em sua primeira rodada de financiamento. O relatório reforça que isso não signfica que as rodadas de estágio inicial tenham desaparecido, já que 42 operações feitas em novembro não revelaram seu estágio e 25 delas arrecadaram menos de US$ 1 milhão. O maior seed do mês ficou com a logitech colombiana Cubbo, que captou US$ 4 milhões da SV Latam Capital.

Também não faltaram M&As. Foram 21 aquisições de startups latino-americanas, 19 delas brasileiras, e 2 fusões, ambas no Brasil. O Sling mostra que apenas 2 aquisições ocorreram fora do Brasil. A fintech colombiana Finaktiva comprou a Libera, outra fintech colombiana, para se tornar um neobank com serviços para pequenas e médias empresas. A Blockchain.com, responsável por 28% das transações de bitcoin entre 2012 e 2020, adquiriu a fintech argentina SeSocio, com o objetivo de expandir a operação para países da América Latina e e atingir 100 milhões de usuários na região.