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Em NYC para estrear no letreiro da Nasdaq, Gupy traça próximos passos

Com plano de dobrar de tamanho em 2022, Gupy atinge marca de 1 milhão de pessoas contratadas em 7 anos e quer treinar 1 milhão

Foto: Divulgação/Nasdaq
Foto: Divulgação/Nasdaq

Quando receberam o convite da bolsa americana Nasdaq para aparecer no letreiro da companhia na Times Square, os fundadores da Gupy decidiram não ir sozinhos. A possibilidade de ir a Nova York – e aparecer na tradicional fotinha – foi aberta para as 50 pessoas do time que são sócias do negócio. Desde o começo da semana, uma caravana com 15 pessoas da hrtech (sendo 11 gupiers, como são chamados os colaboradores e os 4 fundadores) está hospedada em uma casa alugada na região próxima ao bairro do Harlem.

A badalação acontece no momento em que a companhia de 7 anos surfa uma boa onda de crescimento, apesar do cenário macro desafiador. Desde janeiro, quando fechou uma rodada de R$ 500 milhões liderada pelo SoftBank e pela Riverwood, a companhia dobrou o número de clientes, chegando a 3 mil. A expansão veio pela conquista de novos clientes e pela incorporação da base da concorrente Kenoby, comprada em fevereiro. A companhia não revela valores, mas o Startups apurou que a receita está na casa dos R$ 200 milhões.

Segundo Mariana Dias, cofundadora e presidente da companhia, o plano de dobrar de tamanho no ano segue firme, mantendo o ritmo registrado nos últimos anos. “A gente aprendeu que por mais que tenha recessão, há um volume enorme de substituição de pessoas nas empresas. Além disso, agora tem o movimento da grande renúncia, das pessoas procurando coisas que combinam mais com elas, com seus propósitos, o que gera um turnover voluntário alto nas empresas. Então, mesmo com tudo que está acontecendo, a gente tem volume para dobrar de tamanho”, diz.

Por mês, 50 mil pessoas são contratadas usando a ferramenta de recrutamento da Gupy. Desde a origem da companhia, foram 1 milhão de contratações. Deste total, 430 mil aconteceram só no ano passado. Com o número passando de 500 mil em 2022, Mariana vê a marca de 2 milhões de contratações bem próxima.

Na semana passada a companhia lançou um CRM para que áreas de recursos humanos mantenham o relacionamento com possíveis postulantes a vagas antes delas serem publicadas, uma forma de otimizar a busca por bons talentos.

Equipe da Gupy em frente ao letreiro da Nasdaq (Foto: Divulgação/Nasdaq)

Gupy além das contratações

Mas não é só no aumento no número de contratações que a Gupy está de olho. A próxima grande marca a ser atingida é de 1 milhão de pessoas treinadas por meio de sua plataforma. A companhia entrou na área de treinamentos em 2020 2021, com a incorporação da Niduu. E tem investido para ampliar essa oferta. “Alavancar a empregabilidade não é só trazer gente para a empresa. É capacitar, porque as pessoas não virão capacitadas e os meios formais não vão conseguir suprir a demanda. As empresas têm um papel importante nisso”, avalia Mariana.

[O curioso é que, não faz muito tempo, investir em treinamento era considerado parte do Custo Brasil. Agora virou um grande propósito das empresas. Vai entender…]

A lógica da preparação vale também para os próprios profissionais e áreas de recursos humanos. Vira e mexe, críticas sobre o sistema de recrutamento da Gupy aparecem no LinkedIn e em grupos de WhatsApp. Processos longos e falta de feedback são as reclamações mais comuns.

De acordo com Mariana, o volume de detratores é ínfimo: 0,003%. E o problema nem é da plataforma da Gupy em si, mas dos processos de seleção criado pelas empresas. Para lidar com essa questão, a hrtech tem trabalhado a reformular seus processos e criado ferramentas como o selo de empresa que dá feedback.

A chancela é concedida às companhias que dão retorno a 90% das pessoas que se candidatam a vagas. Em 1 ano, o número de companhias aderentes a essa prática aumentou 10 vezes, porque o selo se tornou algo procurado pelos candidatos.

Nova captação em vista?

Perguntada se a Gupy tem planos de fazer uma nova rodada de captação em breve, Mariana diz que isso não está nos planos por enquanto. “Ainda temos um caixa bem considerável e com o crescimento, não consumimos tanto. O caixa continua sendo para inovação, novos módulos [o CRM foi um desenvolvimento 100% interno, por exemplo]”.

Em relação a novas aquisições, ela afirma que continua de olho, sempre avaliando a equação do desenvolvimento interno versus trazer algo novo já pronto.