Empreendedorismo

BC: Galípolo quer que Brasil seja atrativo para empreendedores

Em sabatina, novo presidente do BC reforçou compromisso com estabilidade monetária e autonomia, mas disse que baixar os juros "não é simples"

Novo presidente do Banco Central, Gabriel Muricca Galípolo. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Novo presidente do Banco Central, Gabriel Muricca Galípolo. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O Banco Central terá um novo presidente a partir de 1º de janeiro de 2025, e o nome escolhido para ocupar o cargo pelos próximos quatro anos foi Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária da instituição. A indicação foi aprovada nesta terça-feira (08) pelo Senado, com 66 votos a favor e 5 contrários.

Durante a sabatina, que durou cerca de quatro horas, Galípolo prometeu exercer o cargo com autonomia, e destacou alguns temas que serão importantes para a sua gestão. Entre eles, o compromisso com a inovação e o empreendedorismo.

“Muitas das soluções para os desafios que a história coloca à humanidade passa pelo Brasil e a sua inserção na economia mundial. Nós temos a oportunidade histórica de nos apresentarmos como destino atrativo para o empreendedorismo e a inovação voltados para a economia sustentável, se consolidando como polo e referência global na erradicação da pobreza e crescimento da produtividade com a redução de poluentes”, disse o novo presidente do BC.

O acesso ao crédito também foi abordado por Galípolo, enquanto a política monetária do governo Lula vem recebendo críticas por manter a taxa básica de Juros em patamares elevados – atualmente, em 10,75% ao ano.

“A redução dos spreads, dos custos, é uma agenda de longa data. Não é simples. Eu entendo e gostaria que a superação dessas limitações passasse pela criação de alternativas que são mais competitivas e interessantes para os clientes para que possam ter um crédito mais barato. Precisamos avançar nessa agenda que é prioritária para os próximos ciclos do Banco Central”, disse.

O novo presidente da autoridade monetária brasileira também destacou a necessidade de consolidação de uma agenda capaz de criar uma economia mais equânime e transparente, que combine maior produtividade e sustentabilidade.

“O que envolve o compromisso permanente do Banco Central no combate à inflação, para garantir que o atraso não seja fruto do avanço na direção errada”, reforçou.

Natural de São Paulo (SP), Galípolo tem 42 anos e foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda no início da gestão de Fernando Haddad. Galípolo tem graduação e mestrado em economia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), já atuou como professor universitário (2006 a 2012) e foi presidente do Banco Fator (2017 a 2021).