O Instituto de Tecnologia e Liderança (Inteli), faculdade de engenharia e tecnologia com ensino focado em projetos reais, acaba de lançar o Centro de Empreendedorismo. O programa oferece mentoria e networking para impulsionar a criação de startups pelos estudantes.
A iniciativa é voltada para alunos do 4º ano do Inteli que escolheram a trilha de empreendedorismo e participam da liga estudantil no mesmo tema. A expectativa é apoiar a criação de pelo menos 40 startups em 2025, sendo que metade delas já está sendo mentorada.
“A ideia do Centro é potencializar os alunos do último ano da graduação que desejam seguir carreira no empreendedorismo. Queremos fortalecer os projetos que eles estão desenvolvendo, transformando-os em startups reais”, explica Ana Garcia, diretora de operações do Inteli, em entrevista ao Startups.
Para alcançar esses objetivos, o Inteli criou também três comitês: currículo, mentores e investimento. O comitê de currículo tem como objetivo garantir que o ensino da faculdade cubra tudo o que os alunos precisam saber, não apenas em computação, mas também em negócios e liderança, para que cheguem preparados no 4º ano.
O comitê de mentores, por sua vez, trabalhará na construção de uma rede de mentores para acompanhar alguns projetos no 4º ano, realizando encontros mensais com executivos do mercado. O objetivo é desafiar os alunos, ajudá-los a aprimorar seus modelos de negócio e garantir que estejam bem preparados para seguir com suas startups após a formatura. “A ideia é que os alunos passem o ano desenvolvendo projetos e cheguem em 2026 com maior clareza sobre seus planos de investimento, go-to-market e product-market fit. Ou seja, ajudar a aprimorar o produto durante este ano”, diz Ana.
Por fim, o comitê de investimento tem como missão aproximar os alunos dos investidores-anjos e VCs, oferecendo aos estudantes a preparação necessária para entender o mundo real do empreendedorismo e como levantar recursos caso desejem expandir suas startups. “Teremos dois grandes eventos de demo day, com a presença dos líderes dos principais VCs do Brasil, para darem feedbacks e ajudarem os alunos a chegarem ao fim do ano preparados para conduzir rodadas de investimento”, acrescenta a diretora de operações.
Formando a nova geração
O Inteli é uma faculdade sem fins lucrativos, fundada em 2019 pelos empresários André Esteves (BTG Pactual) e Roberto Sallouti (BTG Pactual). Por meio da filantropia, os fundadores buscam criar um instituto de excelência no Brasil, reconhecido por sua inovação e qualidade acadêmica.
“Empreendedores não devem ter vergonha de começar pequeno”, avalia André Esteves. “Desejar que o negócio aconteça é o primeiro passo, mas não adianta apenas esperar. É preciso trabalhar para que isso aconteça. Empreender é estar em um lugar onde suas ideias possam de fato avançar, com infraestrutura e as condições necessárias, incluindo mentoria, capital e a vontade de fazer isso acontecer”, explica.
Com mais de 600 estudantes, o Inteli oferece cinco cursos de graduação, com um currículo focado na execução de projetos conectados ao mercado. Os alunos já desenvolveram mais de 500 protótipos para cerca de 90 empresas, incluindo um projeto que foi patenteado. “A gente espera que muitos negócios sucessos saiam do Inteli”, destaca Esteves.
As iniciativas do Centro de Empreendedorismo são promovidas em parceria com especialistas do ecossistema. Entre os parceiros estão os fundadores de alguns dos principais fundos e gestoras de venture capital no Brasil, como Eric Acher (monashees), Júlio Vasconcelos (Atlantico), Patrick Arippol (Alexia Ventures), Larissa Bonfim (Canastra Ventures) e Bruno Yoshimura (OneVC).
“O Inteli está inserido em um poderoso ecossistema, conectado a profissionais da indústria, formados em faculdades de ponta ao redor do mundo e empregados em grandes multinacionais ou fundos de venture capital. São pessoas que realmente acreditam no projeto e escolheram apoiá-lo de forma voluntária”, destaca a diretora de operações, Ana Garcia.
Segundo a executiva, o Inteli não investirá dinheiro nas startups nem terá participação nos resultados financeiros dos negócios desenvolvidos pelos alunos. A decisão é inspirada no modelo norte-americano adotado por universidades como Harvard, Stanford e Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
“As principais universidades estadunidenses são neutras em relação à participação nos resultados financeiros dos alunos. O Inteli tomou muito cuidado com isso, garantindo neutralidade e assegurando que todos os parceiros estejam focados no desenvolvimento educacional dos estudantes, para que eles estejam mais preparados como empreendedores e tomem as melhores decisões de negócio. Por isso, ninguém tem participação ou equity nas startups dos alunos”, pontua.
Apesar das conquistas já alcançadas, Roberto Sallouti destaca que a reputação do Inteli seguirá sendo construída pelos alunos que se formarão e entregarão projetos de qualidade que contribuam para a sociedade. “Vamos atingir o break-even operacional em breve, mas o verdadeiro sucesso será quando nossos ex-alunos forem bem-sucedidos. Enquanto isso, vamos espalhar a mensagem do Inteli e seguir avançando para cumprir sua missão”, afirma.