O valor de mercado das empresas de tecnologia na América Latina chegará a 3,4% do produto interno bruto (PIB) da região em 2021. O percentual representa um avanço de menos de um ponto percentual na comparação com o ano passado, quando a proporção era de 2,3%. No Brasil, o avanço será um pouco mais acelerado, saindo de 2,8% para 4,5%.
Em termos mais concretos, o valor das empresas sai de US$ 116,5 bilhões em 2020 para US$ 170,3 bilhões em 2021 na região como um todo, e de US$ 46 bilhões para US$ 67,1 bilhões no Brasil.
Os dados da nova edição do Latin America Digital Transformation Report, feito pelo fundo de investimento Atlantico, capitaneado por Julio Vasconcellos, dão cor a um movimento que tem sido visto diariamente por todo mundo – quem usou menos serviços digitais nos últimos 18 meses, ninguém, né? – mas também reforçam que ainda há um longo caminho pela frente.
Na Índia, por exemplo, as empresas de tecnologia vão representar 14,2% do PIB neste ano, um avanço de quase 5 pontos percentuais em um ano. Na China, o número passará de 25% para 30% e nos EUA, de 48% para quase 70%.
Na avaliação de Julio, em um prazo de 8 a 10 anos o Brasil deve chegar ao mesmo patamar da China. “Se você olha a curva de evolução, ela tem um perfil muito parecido, com os EUA começando o processo antes, há uns 15 anos, e a China há cerca de uma década. Será uma construção de valor muito grande”, diz.
O avanço tem sido impulsionado por um volume de investimentos que cresce ano a ano e já deu origem a 26 unicórnios que somados valem US$ 105 bilhões. Destes, dois, VTEX e dLocal, fizeram IPO no EUA em 2021.
A estimativa é que o total de aportes chegue a US$ 18,6 bilhões, um avanço de mais de 3 vezes quando comparado com os US$ 5,3 bilhões de 2020. Em termos de número de transações, a expectativa é que sejam 792 aportes, contra 526 do ano passado.
E o fluxo de recursos não deve secar tão cedo por conta da liquidez dos mercados e da busca por alternativas frente à maior intervenção do governo chinês na economia. “Tem muito dinheiro saindo de renda fixa e uma cabeça mais capitalista buscando empresas de alto crescimento, uma característica que é quase um monopólio das empresas de tecnologia.