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Espanhol BBVA chega a 30% de fatia na Neon, que se assume como unicórnio

Com investimento de R$ 1,6 bi, BBVA comprou uma fatia de 21,7% na fintech brasileira. Em 2021, Neon chegou a 15 milhões de clientes

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neon. Crédito: divulgação

O banco espanhol BBVA ampliou sua participação na fintech brasileira Neon com a compra de uma fatia de 21,7%. Com o aporte de R$ 1,6 bilhão, o BBVA chega a uma fatia de 29,7% na companhia.

Em comunicado à imprensa, a Neon chamou o investimento de uma rodada de investimento de série D e, pela 1ª vez, assumiu, mesmo que de forma sutil, que entrou para o panteão dos unicórnios. “A Neon, a primeira conta digital do Brasil e uma das principais fintechs unicórnio do mundo, anuncia o recebimento de um aporte de R$ 1,6 bilhão (US$ 300 milhões) em sua rodada Série D”, disse a fintech em comunicado.   

O status foi alcançado, como você já tinha lido no Startups, em 2020, quando a fintech levantou R$ 1,6 bilhão em sua série C. Desde 2016 a Neon já captou R$ 3,7 bilhões.

Caso antigo

O BBVA investiu no Neon pela 1ª vez na série C, por meio de seu veículo de investimento, a Propel Venture Partners. O banco é acionista de outras plataformas digitais ao redor do mundo, como a inglesa Atom e tem operações relevantes de varejo em outros países da América Latina. Aqui no Brasil, sua atuação é na área de empréstimos e financiamentos.

“A Neon provou ter uma oferta conectada às necessidades financeiras dos brasileiros, como demonstram seus números de aquisição de clientes. Além disso, tem capacidade para continuar crescendo rapidamente, além de ter um potencial de lançamento de produtos com muita agilidade em um mercado com tanto potencial como é o Brasil”, diz o presidente do conselho do BBVA, Carlos Torres Vila.

De acordo com a Neon, os recursos aportados pelo BBVA serão investidos em tecnologia, marketing, produtos e capital para acelerar o objetivo da Neon “em ser o principal parceiro do brasileiro trabalhador”. As aquisições também estão no radar. Até agora, foram 4 operações, sendo a mais recente a compra da Biorc, que ainda está em fase de aprovação do Banco Central.

Estratégia da Neon

A estratégia da fintech é lançar novos produtos baseados em sua plataforma Democredit, uma inteligência proprietária para concessão de crédito, considerando o melhor produto para cada momento da vida dos clientes. “Este é um diferencial para 90 milhões de pessoas com alguma atividade remunerada no Brasil, que buscam o crédito sustentável, o que torna a empresa uma escolha natural como conta principal”, disse a Neon em comunicado.

A Neon triplicou de tamanho em 2021, chegando a 15 milhões de clientes, sendo 88% das classes C, D e E. Para esse ano, a expectativa é mais que dobrar sua receita. Além disso, a empresa movimenta mais de R$ 5,8 bilhões por mês em transações. “Daremos para todos os nossos clientes caminhos simples e sustentáveis para obter crédito de forma justa. Essa é nossa contribuição para diminuir desigualdades e fazer a diferença na vida das pessoas. A captação nos permite acelerar esse propósito e atender cada vez mais trabalhadores. A Neon já cresceu muito e está cada dia mais sólida, mas uma coisa nunca mudou, nosso propósito de melhorar as finanças do trabalhador brasileiro, que é o que nos move. Com o apoio e experiência global do BBVA em digitalização e crédito teremos avanços ainda maiores”, disse Pedro Conrade, fundador da Neon no comunicado.

Ano passado, a Neon fechou sua conta PJ, passando a se focar apenas no produto para quem é MEI.