Com mais de 10 anos de mercado, nos últimos anos a Cuponeria começou a observar o crescimento de um novo tipo de produto em seu portfólio: o de programas de fidelidade. De olho nessa tendência, e para otimizar seus esforços enquanto empresa, ela resolveu fazer de sua divisão de loyalty uma nova marca – a LoyalMe.
“A gente já vinha trabalhando essa parte de fidelização há um bom tempo, mas ultimamente percebemos que ela estava ficando muito grande para ser apenas uma divisão da Cuponeria. Na verdade, ele já estava maior que a empresa, representando 60% da receita”, destaca Nara Iachan, CMO e cofundadora da LoyalMe (e também da Cuponeria), em conversa com o Startups.
Por falar em tamanho, a LoyalMe já nasce com cerca de 20 clientes em sua carteira, incluindo nomes grandes como Bradesco, Elo e Natura. E agora, como uma marca independente, os planos da startup são ambiciosos: a meta é dobrar de tamanho em número de parceiros dos mais variados segmentos, desde bancos a instituições de ensino.
“Nossas soluções de fidelização, principalmente gamification, estão sendo ampliadas para novos segmentos, como beleza, educação e mobilidade urbana. E essa tecnologia é ótima para ajudar as empresas a baterem suas metas, uma vez que, a empresa tem uma tarefa a ser feita e o cliente consegue ganhar um benefício exclusivo após executá-la”, explica Nara.
De acordo com a LoyalMe, tudo é desenvolvido dentro de um ambiente seguro em white label com a marca da empresa contratante. Com o programa de benefícios criado é possível realizar premiações, oferecer cupons e cashbacks, gerar ou atualizar cadastros, engajar a base, além de conhecer melhor o perfil do consumidor.
E se a LoyalMe tem tudo para ser maior que a Cuponeria, como fica a empresa original? Segundo Nara, que fundou a Cuponeria ao lado dos sócios Thiago Brandão e Lionardo Nogueira em 2011, o core da startup permanece inalterado, inclusive com os cupons de desconto compondo o mix de produtos oferecidos nos programa de fidelidade da empresa-irmã.
“A Cuponeria é onde a gente testa muitas coisas do B2C que depois viram produtos no B2B com a LoyalMe. A parte de cupons é algo importante dentro dos programas que a LoyalMe vai entregar, assim como outros benefícios como cashback, descontos e gamification”, pontua Nara.
Roadmap ajustado
Agora com as duas marcas alinhadas, o plano de Nara e seus sócios é não apenas o de trazer novos clientes para a sua base, mas também reforçar o posicionamento da LoyalMe como parceira em diferentes necessidades para as empresas já atendidas. Segundo Nara, os programas de fidelidade não precisam ser apenas pensados para o cliente final, como muitos imaginam.
“O bom de atender grandes clientes é que eles são compostos de diferentes mundo e trazem oportunidades de outros projetos de fidelização. Existem programas que podem ser feitos dentro das próprias empresas, empregando o gamification para ajudar a bater metas de produtividade, de vendas ou engajamento. Por exemplo, na Natura, eles usam para incentivar sua rede de vendedores. No Bradesco, é algo usado no app, como experiência para o usuário final”, explica a CMO.
Quando ao caixa para executar os planos estabelecidos, Nara afirma que tanto a Cuponeria quanto a LoyalMe estão tranquilas – segundo ela, a empresa não está em cash burn, e ainda tem caixa proveniente da série A que levantou em 2020 com o InovaBra, do Bradesco.
Pioneira no conceito de cupons para engajamento de clientes aqui no Brasil, hoje a Cuponeria enfrenta concorrentes de peso no mercado de soluções para aquisição e retenção de clientes. Um nome que vem ganhando destaque nos últimos tempos é a CRMBonus, que em maio levantou uma Série B de US$ 400 milhões com a gestora BOND, com participação do Valor Capital Group e outros investidores institucionais. Em junho, ela captou mais US$ 10 milhões com a Vivo Ventures, uma de suas principais clientes no país.