Estratégia

Latitud faz fusão e lança solução para compliance de offshores

Empresa anuncia o Latitud Compliance, que automatiza obrigações jurídicas e tributárias para startups com estrutura no exterior

Christine Ballard e Brian Requarth
Christine Ballard e Brian Requarth. Crédito: divulgação

Construir uma estrutura offshore para uma startup é apenas o começo. Mantê-la rodando, com todas as necessidades de compliance em dia, é um monstro totalmente diferente. Com isso em mente, a Latitud deu o seu passo para ampliar o leque de produtos para startups que abrem offshores no exterior.

A partir de uma fusão com o escritório norte-americano Ballard & Associates, a empresa está colocando na rua o Latitud Compliance, plataforma que padroniza e automatiza diversos processos de compliance de startups com presença no exterior em função de investimentos recebidos lá fora.

Segundo a Latitud, a solução centraliza serviços e ajuda a gerenciar obrigações de conformidade fiscal e regulatória no exterior, incluindo declarações de impostos nos EUA, contabilidade, registros, taxas, capacidades de agente registrado e correspondência virtual. Além disso, a solução é integrada à suíte de outros produtos da companhia nesta frente, como o Latitud Finance (ex-Meridian, de gestão financeira) e o Latitud Formation (de incorporação de empresas no exterior).

De acordo com Brian Requarth, cofundador da Latitud, a nova solução chega para reduzir o atrito para fundadores, agregando uma camada de software e automação ao componente de serviço de compliance offshore. “Para manter uma offshore, ela precisa cumprir algumas obrigações que são recorrentes, e isso pode ser feito de forma mais eficiente e econômica utilizando tecnologia”, diz Brian, em entrevista ao Startups.

Conforme explica o executivo, startups acabam pagando mais pelo trabalho de compliance, já que a maioria de escritórios de advocacia operam dentro de um modelo tradicional, cobrando uma mensalidade fixa. “Há pouca transparência sobre como funcionam estes processos de compliance, e na parte de billing, por operarem como um escritório tradicional, fica mais difícil de ser transparente quanto à precificação também”, dispara.

Foi aí então que entrou a Ballard & Associates, escritório fundado pela advogada Christine Ballard, que agora faz parte da Latitud como Diretora Tributária. “Eles criaram um modelo de negócios como um menu de serviços que integram este trabalho, e nós colocamos isso como uma camada de tecnologia. Para uma startup, isso gera maior eficiência de custos e maior transparência nos processos”, explica Brian. “Criamos uma estrutura para facilitar processos que antes eram muito mais complexos e agora são software driven, a 40% do preço de um escritório”, completa.

“Estou animada de combinar tecnologia com a nossa experiência para resolver os problemas dos nossos clientes em maior escala”, afirma Christine, em comunicado. “Fundadores saberão o que esperar desde o início e terão visibilidade sobre todo o processo, mas nosso objetivo é que eles nem precisem pensar nele. Estamos economizando tempo para todos e colocando compliance no piloto automático”, completa.

Falando de planos

Para Brian Requarth, em primeira instância o Latitud Compliance chega para auxiliar os fundadores que já fazem parte do ecossistema de companhias criadas no exterior via soluções da companhia. Segundo a Latitud, mais de 100 empresas foram abertas nos EUA e Ilhas Cayman através da plataforma da Latitud.

“Depois de incorporarmos todas essas companhias, o compliance virou a próxima questão para muitas delas, e foi natural passar a atendê-las nisso. Quando olhávamos em volta ou buscávamos respostas dentro da nossa rede, todo mundo estava no mesmo barco”, diz o cofundador da Latitud.

A preocupação faz todo o sentido, já que cuidar de algo complexo como a parte de compliance pode ser confuso, e onde erros podem custar caro no cofre de uma startup, ainda mais as do porte que a Latitud atende mais, que são empresas em estágio seed a série A. Perder prazos destas obrigações pode acarretar multas de até US$ 50 mil e, às vezes, causar o fechamento da empresa.

“Neste começo do ano vamos focar em atender estes clientes da base, adicionando centenas de milhares de dólares em receita recorrente (ARR)”, pontua Brian. Sobre metas da empresa, ele não abriu números, mas no geral a meta da empresa para crescer em 2024 é pelo menos dobrar de tamanho, e o Compliance chega para reforçar essa busca por aumento de receita.

Um movimento recente feito pela Latitud foi o de ampliar o foco em clientes, levando o Latitud Finance para além dos founders brasileiros e passando a atender startups mexicanas. Com a expansão, a empresa deu seu primeiro passo para se tornar uma solução também para startups na parte hispânica da América Latina. 

“Estamos construindo uma marca sólida e confiável com nossos produtos. Em 2023 quase dobramos de tamanho, investimos em produto, adicionamos receita, controlamos custos, e montamos a base para colher os benefícios este ano”, finaliza Brian.