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Eve capta US$ 230M com novas emissões no Brasil e EUA

Subsidiária da Embraer reportou prejuízo líquido de US$ 64,7 milhões no segundo trimestre de 2025, quase o dobro do ano anterior

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Projeto de eVTOL da Eve, subsidiária da Embraer | Foto: Divulgação
Projeto de eVTOL da Eve, subsidiária da Embraer | Foto: Divulgação

A Eve Air Mobility anunciou nesta quinta-feira (14) que fechou contratos com o BNDESPAR (braço de investimentos do BNDES), a Embraer e outros investidores institucionais para levantar o valor bruto de US$ 230 milhões. A captação será feita por meio de contratos de subscrição, ou seja, acordos formais nos quais os investidores se comprometem a comprar novas ações que a empresa vai emitir.

Segundo a Eve, que tem participado de uma corrida global para desenvolvimento dos  eVTOLs, sigla em inglês para “aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical”, a operação inclui a subscrição de Brazilian Depositary Receipts (BDRs) pelo BNDES, sob o código EVEB31. Isso significa que brasileiros também poderão comprar ações da companhia por meio da B3.

Apesar de ser uma empresa brasileira, a Eve realizou seu IPO na Bolsa de Nova York em 2022, onde desde então suas ações vinham sendo negociadas.

“A listagem dupla da Eve nos Estados Unidos e no Brasil está alinhada à nossa estratégia de diversificação da base acionária, ampliando o acesso a investidores de diferentes mercados”, afirma Eduardo Couto, CFO da Eve, por meio de nota.

O objetivo da companhia, com a operação, é emitir um total de 47.422.680 ações ordinárias ao preço de US$ 4,85 por ação. No Brasil, cada BDR terá o preço de R$ 26,21.

A Eve vem captando recursos a um ritmo intenso, para acelerar o desenvolvimento e lançamento dos seus “carros voadores”, que estão sendo produzidos na sua fábrica em Taubaté, no interior de São Paulo. 

Ainda em fase de pré-receita, a companhia reportou um prejuízo líquido de US$ 64,7 milhões no segundo trimestre de 2025, significativamente maior que os US$ 36,4 milhões do mesmo período de 2024. O balanço foi divulgado no início de agosto. Esse aumento se deve principalmente ao crescimento dos custos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), que passaram de US$ 36,3 milhões para US$ 45,7 milhões, refletindo o progresso no desenvolvimento e montagem do primeiro protótipo em tamanho real.

Além disso, as despesas administrativas também subiram, totalizando US$ 8,2 milhões, em razão de mais funcionários (cerca de 180), remuneração via ações (RSUs), serviços terceirizados e custos iniciais da primeira unidade de produção em Taubaté.

Apesar do aumento dos gastos, a Eve mantém uma situação de liquidez sólida. Foram consumidos US$ 56,9 milhões em caixa durante o trimestre (ante US$ 31,4 milhões no ano anterior), e ao final de junho de 2025 havia US$ 242,7 milhões em caixa e investimentos financeiros. Quando somadas linhas de crédito não utilizadas (como com o BNDES) e um subsídio recente de US$ 16,5 milhões, a liquidez total chega a US$ 375,5 milhões, o que, de acordo com a administração, deve sustentar as operações da empresa até 2026.