Prestes a completar 1 ano de operação, a fintech CondoLivre, que oferece crédito a todo o universo de condomínios residenciais e comerciais, se prepara para decolar. Para isso, a startup já mexe os pauzinhos para levantar entre R$ 25 milhões e R$ 50 milhões (US$ 5 mi e US$ 10 mi) em uma série A ainda neste semestre, conforme antecipou ao Startups o fundador e presidente da CondoLivre, Matheus Munford – que inclusive é síndico no prédio onde mora.
“Estamos com um breakeven na esquina, não gastamos nem metade do que levantamos na outra rodada, mas queremos expandir o portfólio e nossa atuação por todo o país, investindo em marketing e produto”, afirma. A primeira captação a que se refere rolou com apenas 1 mês de operação. A startup recebeu R$ 12,7 milhões em aportes da TAG Investimentos e Vila Velha Corretora, além de investidores-anjos dos segmentos financeiro e imobiliário, sendo que 70% do aporte foi direcionado à tecnologia.
Segundo Matheus, os novos produtos previstos serão focados nos funcionários de condomínios: crédito consignado para PJ, antecipação de salário e de FGTS. Hoje a oferta da fintech consiste em consignado privado para funcionários, antecipação de recebíveis para fornecedores e empréstimos para condomínios – para implementar uma portaria eletrônica ou um sistema de segurança inteligente, por exemplo.
A porta de entrada para atingir o público-alvo são as administradoras de condomínios. A CondoLivre oferece crédito para funcionários, fornecedores e condomínios em parceria com administradoras de São Paulo e do Rio, incluindo a Lello e Hubert. O dinheiro dos empréstimos vem de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) próprio de R$ 40 milhões.
Em 10 meses de atuação, já foram concedidos R$ 10 milhões em crédito consignado para 1 mil clientes. Dependendo do produto contratado, as taxas competitivas variam entre 1,5% a 3%. A expectativa da empresa é fechar 2022 com uma carteira de crédito de R$ 50 milhões e faturamento entre R$ 20 milhões e R$ 24 milhões.
Setor carente
Ainda de acordo com Matheus, apesar de parrudo (movimenta em torno de R$ 300 bi no Brasil por ano, segundo associações do setor), o segmento de condomínios ainda tem acesso restrito a linhas baratas e longas de crédito.
Foi de olho na urgência de uma disrupção nesse setor que o engenheiro trocou uma carreira consolidada, com passagens pela McKinsey e pela montadora alemã Porsche, para empreender. Se juntou aos sócio-fundadores Luiz Guilherme Moraes (diretor de operações), Henrique Rusca (diretor de tecnologia) e Rodrigo Gebara (diretor de produto) para criar, em abril de 2021, a CondoLivre.
“Estamos falando de um público que não tem muita atenção ou oferta de crédito adequada. Os condomínios em si no geral são CNPJs pequenos e médios, cujas folhas não atraem os grandes bancos, assim como porteiros, zeladores e demais funcionários possuem histórico excelente, mas são olhados pelo mercado com pouco interesse. É um mercado imenso que não tem oferta sob demanda”, completa Matheus.