Negócios

EXCLUSIVO: Raketo, de Fred Santoro, anuncia sua 1ª investida

Companhia que atua como um venture market liderou rodada bridge de R$ 1 milhão da proptech Éleme

Foguete
Foto: Yuri/Pixabay

Apenas 4 meses depois do seu lançamento, a Raketo já está a todo vapor. Fundada por Fred Santoro, ex-head de startups da AWS e cofundador da fintech Zigpay, a companhia atua como um venture market para ajudar startups a fazer captações de recursos e investidores a encontrar boas oportunidades de negócio. Em primeira mão ao Startups, a empresa anunciou que liderou uma rodada de R$ 1 milhão na Éleme.

Criada em fevereiro de 2020 por Cleiton Sander, Luiz Augusto Mendes e Laura Mitterer, a proptech oferece uma plataforma de gestão e manutenção preventiva de prédios e condomínios com o intuito de organizar rotinas e reduzir custos da administração. A solução impacta mais de 70 mil moradores diariamente e reduz em até 35% as despesas com manutenção de itens fundamentais como bombas d’água e elevadores.

Segundo Fred Santoro, um conjunto de fatores atraiu a Raketo a investir no negócio. “Estamos muito focados nos founders, e a Éleme tem fundadores bons, diversos e com habilidades complementares”, afirma. Diversidade não só de gênero, mas também de região: a companhia tem sede em Florianópolis (SC), e um dos focos da venture market é apoiar empresas fora do eixo Rio-São Paulo.

O tamanho do mercado também chamou a atenção. “Os condomínios poderiam ter uma gestão muito melhor do que têm hoje, facilitando o relacionamento com os administradores e reduzindo custos. Existe uma grande oportunidade de economia para muitos brasileiros, evitando gastos desnecessários. É um mercado gigantesco que ainda é muito mal servido”, analisa Fred.

A Raketo oferece uma ampla prateleira de serviços com ofertas privadas – investidores anjo, family offices e fundos de investimento – e as públicas por meio de ofertas de equity crowdfunding na plataforma Divi-hub, startup na qual Fred é investidor e membro do conselho. No caso da Éleme, o aporte foi feito com investidores-anjo.

“Avaliamos diversas possibilidades. Por essa ser uma rodada bridge em preparação para uma captação maior no ano que vem, achamos melhor fechar mais rapidamente com anjos que já tinham interesse no produto”, explica o executivo. Além da Raketo e do próprio Fred como investidores, a rodada também contou com Leandro Piazza, fundador da 49 Educação.

O modelo de negócios da Raketo é baseado no success fee, cobrando um percentual em cima do montante que a startup captar. De acordo com Fred, os cheques podem variar dependendo do e necessidade estágio das investidas, mas o plano é atuar principalmente nos estágios de pre-seed e seed. Com a captação de recursos, a meta é atender 25 startups brasileiras até o fim do ano que vem, mas a empresa pretende impactar todo o ecossistema com cursos, mentorias e conteúdos educativos, além de um Raketo hub com soluções de empresas que criaram ofertas exclusivas para startups.

Fred Santoro, CEO da Raketo, e os founders da Éleme: Laura Mitterer, Luiz Augusto Mentes e Cleiton Sander
Fred Santoro, CEO da Raketo, e os founders da Éleme: Laura Mitterer, Luiz Augusto Mendes e Cleiton Sander (Foto: Divulgação)

Os planos da Éleme

Para Cleiton Sander, CEO da Éleme, a maior conquista com a rodada foi o time de investidores. “O problema nunca foi captar dinheiro, e sim captar com alguém que entendesse o que nós estamos fazendo”, afirma. Sem abrir números específicos, o executivo diz que a proptech cresce mais de 300% por ano desde 2020, e agora deve colocar um gás adicional para expandir sua atuação.

Cerca de 42% do dinheiro captado vai para marketing e aquisição de clientes, com a meta de triplicar o número de usuários em 6 meses – embora a startup não revele o tamanho da base atual. O restante será usado para aprimorar a tecnologia e desenvolvimento de soluções, além de estruturar o time, que hoje conta com 23 colaboradores.

No próximo ano, Cleiton espera fechar a rodada seed. “Começamos a captar no momento em que os fundos estavam mais retraídos e a Éleme ainda estava em um estágio um pouco anterior ao seed, então optamos pelo bridge. Agora queremos fazer um seed de fato e montar as estruturas necessárias para massificação do produto”, explica o executivo. Ele afirma já estar em conversas com fundos institucionais para concluir a rodada até meados de 2023.