Não está fácil para as fintechs. Depois de empresas como a Hash e Ebanx promoverem demissões em massa nos últimos meses, o app de gestão de investimentos Warren se junta ao clube do passaralho. Até o momento da publicação desta reportagem, mais de 50 nomes já constavam na lista de pessoas dispensadas.
A notícia já está circulando nas redes, com usuários levantando os nomes das pessoas dispensadas em uma planilha online, que está sendo atualizada à medida em que as demissões estão sendo feitas. Segundo apurou a reportagem do Startups, os cortes atingiram principalmente a área de tecnologia, em áreas como front-end, UX e engenharia de dados. A Warren emprega mais de 700 pessoas, segundo a página da empresa no LinkedIn.
Procurada pela reportagem do Startups, a Warren confirmou as demissões, afirmando que os cortes fazem parte de uma “série de revisões de processos e projetos”, o que resultou na reestruturação de diversas áreas do negócio. Contudo, a companhia não deu detalhes sobre o número de demissões ou quanto às áreas que foram desligadas ou reformuladas.
Além da área de tecnologia, cortes também foram realizados em áreas como administrativo, compras e marketing, incluindo a CMO da companhia, Lilian Faria. Segundo uma das fontes ouvidas pela reportagem, a empresa já tinha dispensado diversos executivos do alto escalão do marketing da companhia no mês passado, sem muito alarde.
Outro detalhe curioso são cortes na parte de educação, incluindo a diretora da área, Alessandra Chemello. Isso vem poucos meses depois da fintech ter lançado uma plataforma dedicada à conteúdos educativos para investidores, a Warren Edu.
De acordo com fontes ouvidas pelo Startups, a demissão pegou muitos de surpresa, sendo que a companhia levantou no último mês uma extensão de sua série C de R$ 300 milhões, com um aporte da Citi Ventures, de valor não revelado. “A justificativa [para os cortes] foi reestruturação e mudança da estratégia da companhia”, disse uma fonte ligada à Warren, mas que preferiu não se identificar.
Outra fonte que também não quis ser revelada citou ao Startups outro motivo de insatisfação por parte dos demitidos. Em junho, a Warren promoveu um festival de dois dias de música em Santa Catarina. O Warren Stannis Festival reuniu cerca de 10 mil pessoas, com shows de artistas como Titãs, Ratos de Porão, Tropikillaz, Raimundos e outros. “É muita loucurada, muita decisão errada! Como os funcionários estão se sentindo? Muito mal mesmo”, afirmou.
Um outro parêntese interessante: esta semana a fintech multinacional Belvo anunciou seu novo VP de finanças, Leandro de Piano. Por mais de três anos ele foi sócio na Warren, ocupando o cargo de CFO da companhia de 2019 a fevereiro de 2022, quando assumiu a posição de Chief Administrative Office (CAO). De Piano saiu da Warren em junho.
Confira abaixo a nota da Warren na íntegra:
Após 6 M&As realizados, incorporando a totalidade dos colaboradores das empresas, a Warren fez uma série de revisões de processos e projetos, além de inúmeras avaliações, o que resultou na reestruturação das áreas, na priorização de iniciativas e na readequação do quadro de colaboradores.
Para seguir oferecendo uma plataforma de investimentos cada vez melhor para os seus clientes, a Warren irá focar em gerar eficiência no desenvolvimento de seus serviços e produtos. Somos a maior gestora de carteiras administradas do Brasil e seguimos com o propósito forte de oferecer uma experiência isenta de conflito de interesses aos brasileiros.
Aos profissionais envolvidos neste processo, a Warren oferecerá um pacote de auxílios, que inclui plano de saúde estendido, consultoria de carreira e outros materiais de apoio.