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Falconi faz novo spin-off e lança startup para organizar a rotina nas empresas

A Dayway é uma plataforma SaaS desenvolvida para alinhar times e organizar as rotinas dos colaboradores

Relógio e calendário na parede com marcadores. Dayway | Startups

ATUALIZADA: Corrige que esse é o 2º spin-off criado pela Falconi, e não o 3º, como a assessoria havia compartilhado anteriormente.

A Falconi, uma das mais tradicionais consultorias em gestão do Brasil, acaba de lançar a Dayway, uma plataforma SaaS desenvolvida para alinhar times e organizar as rotinas das empresas. Esse é o 2º spin-off criado pela consultoria em 2 anos.

A solução traduz objetivos em rotinas diárias para o time, informa as melhores práticas existentes na empresa e direciona ações exibindo informações simples e com velocidade para atuação. O objetivo é facilitar a rotina dos colaboradores, aumentando a previsibilidade de suas entregas, velocidade e assertividade de execução e a tomada de decisões de seus gestores.

O projeto surgiu em 2017, a partir de uma demanda específica da Raia Drogasil, originada da fusão entre as redes Drogasil e Droga Raia. “O cliente sugeriu que fizéssemos um trabalho mais digital para agilizar os processos”, diz Gabriel Espíndola, diretor-executivo da Dayway. Na época, quem estava atendendo a Drogasil era André Jeha, consultor e sócio da Falconi. “Ele trouxe essa ideia para dentro da empresa, apresentou aos diretores e recebeu o aval para desenvolver a solução.”

Foram 3 anos de validação interna. Primeiro, o projeto foi testado na própria RaiaDrogasil e, depois, apresentado para outros clientes da Falconi, como Mercado Livre, O Boticário, Alpargatas, James Delivery e Gerdau. Segundo a Dayway, o uso da plataforma reduz em 20% as perdas com avarias e extravios em empresas de logística e em 32% a perda de itens vencidos em farmácias. Além disso, melhora até 2 pontos percentuais das vendas em empresas do varejo.

“Depois dos testes e da validação, concluímos que o produto tinha aderência de mercado”, afirma Gabriel, que assume o comando da empresa ao lado do diretor de crescimento, Rodrigo Scheliga. Com o spin-off, empresas de todos os portes e segmentos que não sejam clientes da Falconi também poderão usar a plataforma via web, Android ou iOS.

A expectativa é fechar o ano com algo entre 100 e 200 novos clientes. “Temos grandes expectativas para a marca, porque já é uma empresa que nasce internacional, com operações na América Latina, Europa e Estados Unidos”, diz Gabriel. Sem divulgar números, ele afirma que a projeção é triplicar o faturamento em 2022. Em 5 anos, o plano é chegar na B3 como a primeira empresa da Falconi a estrear na Bolsa de Valores. O executivo não descarta uma expansão para o mercado B2C num futuro próximo. 

Foto do Rodrigo Scheliga e Gabriel Espíndola, da Dayway. Startups
Rodrigo Scheliga e Gabriel Espíndola, da Dayway. Foto: Gabriela Marreno

A vez dos spin-offs

Antes da Dayway, a Falconi já havia lançado a FRST, uma plataforma corporativa de educação e aceleração de talentos, e a Mid, consultoria em gestão dedicada às pequenas e médias empresas.

A estratégia por trás dos spin-offs não é nenhuma surpresa: busca por inovação. “A Falconi tem muitos anos de tradição. Internamente, a companhia está buscando cada vez mais inovação e passando por um momento de transformação digital para escalar a nível global”, afirma Gabriel.

Segundo o executivo, a consultoria está estimulando o intraempreendedorismo. “Todo mundo pode ser a nova liderança de um novo projeto. Assim como foi com a Dayway, alguém pode ter um insight, ver uma oportunidade de negócio e apresentar para o corpo diretor. Eles escutam, tentam entender o potencial e como isso se aplica na prática.”

Uma das empreitadas é a Step 1, uma plataforma de gestão para pequenas empresas. A companhia ainda faz parte da Falconi, mas deve ser lançada para todo o mercado no primeiro semestre de 2022. A Falconi tem mais de 700 consultores espalhados por mais de 30 países, trabalhando em mais de 6 mil projetos. Podemos esperar novos spin-offs em breve? “Com toda certeza”, diz Gabriel. “Dezenas deles.”

Sem muitos detalhes, o executivo revela que as conversas já giram em torno de 20 novas oportunidades. “Não posso adiantar muito, mas virão novas empresas SaaS com alta escalabilidade e possivelmente novos mercados”, afirma, acrescentando que a consultoria está trabalhando em diferentes frentes, incluindo cibersegurança, inteligência artificial e machine learning. 

A inovação também virá de fora, já que a unidade de private equity Falconi Capital tem mais de R$ 500 milhões para investir em médias empresas. Em 2020, o braço de investimento fez um aporte (de valor não revelado) na GC Security, de cibersegurança. Juntas, elas se preparam para lançar uma empresa de serviços de segurança da informação.