* Charles Nisz, especial para o Startups, da Febraban Tech
Para atender as demandas trazidas pela digitalização de negócios e processos, os bancos terão que oferecer interfaces e plataformas personalizadas para a especificidade de cada cliente. Assim Guga Stocco, CEO da Futurum, definiu os desafios do cenário dos bancos e fintechs pós-pandemia.
“As empresas terão que desenvolver soluções com equipes internas de TI. Parcerias com fintechs e acqui-hiring (quando um banco compra a empresa e também os funcionários) não serão suficientes”, adiciona Guga.
Na mesma linha da fala do CEO da Futurum, Adriana Viali diz que o principal aspecto de uma solução é conhecer as necessidades do cliente: “Não adianta se apaixonar pela tecnologia, a solução precisa ser adequada para aquele cliente e para aquele contexto”, diz a gerente da Oi Soluções.
Em dezembro de 2020, os bancos convencionais respondiam por 72% do valor total de mercado do setor bancário e de pagamentos global. Pré-pandemia, este percentual alcançava 81%. Há dez anos, era de 96%. Agora, fintechs e empresas de tecnologia, como Ant Group e PayPal, representam 11%.
Carona com startups
Cristina Pinna, diretora de TI do Bradesco, ressaltou o aspecto da velocidade no desenvolvimento de soluções para os clientes: “O Bradesco é um transatlântico, uma startup é um jetski. Precisamos dessa carona mais veloz”, comparou ela.
Uma das iniciativas para acelerar o desenvolvimento de produtos são as Vilas Ágeis, pequenos clusters com equipes multidisciplinares para criar soluções em cada segmento do banco: “Profissionais de TI, Ciência de Dados, Analytics, Marketing e humanidades para criar produtos em varejo, habitação, construção civil” enumera Cristina.
Dois desses produtos já estão em andamento. O primeiro deles acopla serviços de crédito imobiliário no site da OLX. “Quem está procurando apartamento já simula o financiamento da compra do imóvel”, diz Cristina. O outro permite pagamento de um Pix sem precisar logar no app do Bradesco.