Rodada

Após captar R$ 282M, chilena Toku quer crescer 10 vezes no Brasil

Fintech de soluções para pagamentos recorrentes acabou de estender a sua série A em US$ 38,7M, totalizando US$ 48M na rodada

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Cristina Etcheberry, fundadora e CEO da Toku | Foto: divulgação
Cristina Etcheberry, fundadora e CEO da Toku | Foto: divulgação

A Toku, fintech chilena de soluções para gerenciamento de pagamentos recorrentes, acabou de engordar o caixa para impulsionar sua estratégia de crescimento na América Latina. Cerca de um ano após levantar US$ 9,3 milhões em sua série A, a fintech adicionou US$ 38,7 milhões à rodada, atingindo US$ 48 milhões (mais de R$ 282 milhões) em valor captado.

Com o total da rodada, essa é a maior série A já levantada por uma fundadora na América Latina. A nova tranche foi liderada pela norte-americana Oak HC/FT, com investidores já existentes, como Gradient Ventures (fundo de investimentos do Google), F-Prime Capital, Clocktower, Y Combinator e Honey Island (do Ebanx), fazendo o follow.

Em conversa com o Startups, a fundadora e CEO Cristina Etcheberry pontuou que o investimento será utilizado para reforçar a estratégia comercial que a Toku colocou em ação no ano passado, e também para acelerar o desenvolvimento de seus produtos para o Brasil e a região.

“Um de nossos principais focos é no desenvolvimento, tornando nossa plataforma de Payment Relationship Management (PRM) mais forte, adicionando mais gateways de pagamento e mais cases de uso com clientes para validar ainda mais nossa proposta de valor”, afirma a CEO.

Segundo Cristina, nesse plano, o mercado brasileiro é estratégico — no ano passado, a empresa destacou que 30% dos investimentos são no Brasil, com o restante indo para o Chile (onde a empresa tem sua maior base) e México.

Metas de crescimento

Mas, afinal de contas, o que a Toku faz para se destacar em um povoado mercado de fintechs de pagamentos? Chamada de Payment Relationship Management (PRM), a solução funciona como uma camada de orquestração entre os sistemas de gestão das empresas e os gateways de pagamento.

Com isso, a empresa tem como objetivo solucionar os problemas de cobrança de companhias com receita recorrente, por meio de um software que otimiza o processo de recolhimento em tempo real, automatizando a inscrição de meios de pagamento, reprocessamentos, notificações por WhatsApp e e-mail, conciliação e relatórios inteligentes.

De acordo com a CEO, o Brasil é um mercado-chave para a estratégia de crescimento da fintech, tanto pelo seu tamanho quanto pela sua abertura para soluções inovadoras. “Acreditamos que nossa solução atende a diversas demandas dos clientes brasileiros. Por isso, temos a expectativa de aumentar nossa receita no país em 10 vezes no próximo ano”, revela a executiva.

A expansão prevista para o Brasil será importante para manter o ritmo de crescimento que a fintech anotou nos últimos tempos. Em 2024, a empresa mais que dobrou sua receita, triplicou seu TPV e alcançou uma retenção líquida de receita de 160%.

Atualmente, a Toku tem mais de 10 clientes no país e 450 na região, atendendo a contas grandes como Chevrolet, Liberty Seguros, Mapfre e MetLife. Para continuar crescendo, o plano da empresa é focar em verticais como seguradoras, imobiliárias e empresas de crédito, que movimentam grandes volumes em pagamentos recorrentes.

A operação brasileira da fintech conta com cerca de 15 pessoas (no ano passado, eram apenas 5) e, segundo a CEO, novas contratações estão previstas à medida que a operação for crescendo no país.

“Nossa missão é simples: garantir que as empresas recebam seus pagamentos com menos esforço e mais previsibilidade — enquanto liberamos seus times para se concentrarem no que realmente importa. A América Latina ainda depende fortemente de processos manuais e ineficientes para cobrança de pagamentos, o que cria desafios para as empresas e frustra os clientes”, finaliza Cristina.