O neobank britânico Revolut acaba de receber a autorização do Banco Central (BC) para operar como Sociedade de Crédito Direto (SCD) no Brasil. O aval foi publicado nesta quarta-feira (24) no Diário Oficial da União.
Segundo o despacho, a Revolut SCD larga com capital de pouco mais de R$ 5 milhões e tem como controladores a Revolut Holdings Brasil Ltda. e o fundador e CEO da companhia, Nikolay Storonsky.
A licença é estratégica para o segundo maior banco digital do mundo (atrás do Nubank) e, na prática, permitirá à companhia ampliar o portfólio de produtos e serviços financeiros no mercado local, incluindo a concessão de crédito com uso de recursos próprios.
Em nota antecipada ao Finsiders, o CEO da Revolut no Brasil, Glauber Mota, diz que o fato de ser uma instituição regulada no país é uma grande oportunidade para a fintech ampliar a proposta de valor de sua conta global, incluindo agora os produtos e serviços locais. “Queremos ir além e ajudar nossos clientes a usarem seu dinheiro sem fronteiras e de forma mais eficiente e segura”, afirmou.
O Revolut ensaia o desembarque em solo brazuca desde 2019. Em março do ano passado, ao comunicar a chegada de Glauber, a fintech anunciou a estreia com previsão para o segundo semestre. O lançamento oficial, de fato, ocorreu no começo deste mês.
Com cerca de 30 milhões de clientes no mundo e avaliado em US$ 33 bilhões, o Revolut se define como um super app financeiro. No mercado brasileiro, a oferta inicial inclui uma conta global, com mais de 27 moedas e cartão internacional aceito em mais de 150 países, além da opção de compra e venda de cripto.
A esteira de novas soluções pode incluir funcionalidades que vão desde crédito, conta local e outros produtos de pagamentos e gestão financeira. Adicionalmente, a empresa quer buscar oportunidades no mercado de investimentos, seguros e muitas outras ferramentas.
Glauber explica que o lançamento controlado faz parte da estratégia da Revolut de privilegiar e conceder acesso em primeira mão para pessoas que aguardam na lista de espera antes da abertura para o público geral. “Queremos lançar um produto que tenha a melhor experiência e que entregue valor aos nossos usuários para que eles aproveitem suas viagens e compras online com taxas competitivas e um dos melhores câmbios do mercado”, promete.
Mercado
A estreia oficial e a obtenção de licença de SCD ocorrem num momento de intensa competição não apenas entre os principais bancos digitais, mas também de forte concorrência entre os players que oferecem conta internacional.
Os nomes incluem Nomad, Avenue, C6 Bank, Inter (que também se posiciona como super app), entre outros. A lista é grande e ficará maior porque a Remessa Online se prepara para disputar uma fatia desse mercado, conforme revelou o CEO José Dias em entrevista exclusiva ao Finsiders nesta semana.
Em evento de celebração dos 10 anos, a cofundadora do Nubank, Cristina Junqueira, disse em resposta a uma pergunta do Finsiders que um dos segmentos onde pretende avançar é o de transferências internacionais, como parte da estratégia para ampliar a atuação entre os clientes de alta renda.
Em cripto, o próprio Nubank tem avançado com a criação da NuCoin e a oferta de criptomoedas no aplicativo, por meio de parceria com a Paxos. Já grandes instituições tradicionais, como BTG Pactual e XP, optaram por construir suas próprias plataformas de negociação de criptos — Mynt e Xtage, respectivamente.