Investimento

CashU capta R$ 100M em FIDC para expandir crédito para PMEs

Com investimentos de Itaú BBA e Credit Saison, a operação representa um passo estratégico da empresa rumo à Série A

Yuri Fonseca, Thiago Saldanha e João Otávio Torquato, fundadores da CashU
Yuri Fonseca, Thiago Saldanha e João Otávio Torquato, fundadores da CashU

A CashU está expandindo sua oferta de crédito para PMEs em todo o Brasil. Para impulsionar as operações, a fintech criou um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) próprio de R$ 100 milhões, com investimento do Itaú BBA e do conglomerado japonês Credit Saison. 

Segundo o CEO, Thiago Saldanha, os recursos serão utilizados exclusivamente para financiar as operações de crédito. “A oferta de crédito é fundamental para que pequenos e médios negócios consigam escalar em um ritmo adequado”, afirma Thiago, em entrevista ao Startups. Com o lançamento do fundo, a fintech espera ampliar a carteira de clientes de crédito para PMEs. 

O executivo revela que conversou com boa parte da Faria Lima para viabilizar a operação. “O processo de captação do FIDC foi muito interessante. Eu sabia que a CashU estava criando algo novo, mas não imaginava a dimensão e a robustez que já havíamos atingido em comparação com o restante do mercado. Segundo os investidores com quem conversamos, a CashU criou o melhor modelo de concessão de crédito para PMEs no país”, destaca Thiago.

Ele descreve o Itaú BBA e o Credit Saison como “os investidores mais sofisticados” para impulsionar o crescimento da CashU. “Quando criamos a CashU em 2019, nossa proposta era trazer para o Brasil um movimento que já acontecia há anos nos Estados Unidos: o uso de inteligência artificial, data science e analytics para a concessão de crédito a PMEs. Foi preciso um grande trabalho de educação, pois esse conceito ainda era novidade no mercado brasileiro. Cinco anos depois, o cenário mudou, e tudo o que já vínhamos construindo se tornou prioridade”, afirma Thiago.

A CashU utiliza inteligência artificial para oferecer crédito B2B a PMEs e varejistas em todo o país, atuando por meio de indústrias e fornecedores que contratam a solução e a disponibilizam diretamente no checkout de cada compra. A fintech desenvolveu um modelo preditivo proprietário que analisa cada cliente individualmente, atribuindo score, prazo e limite de crédito em tempo real. Esse sistema altamente dinâmico é totalmente integrado às soluções de pagamento já utilizadas pela indústria. Além disso, a IA da CashU emprega redes neurais para analisar uma ampla gama de comportamentos, permitindo a hiperpersonalização das ofertas de crédito em tempo real para todas as transações.

Rumo à Série A

De acordo com Thiago, a decisão de captar via FIDC foi baseada em uma análise de mercado, considerando oportunidades e aspectos estratégicos. “O FIDC no Brasil tornou-se uma fonte de financiamento com diversas vantagens. Primeiro, há um histórico sólido, com um grande número de FIDCs captando recursos privados e operando com governança adequada para reduzir riscos e custos de capital. Além disso, são veículos altamente regulados pela CVM, com uma estrutura padronizada de mercado e um administrador responsável por garantir que o dinheiro do investidor seja utilizado conforme o previsto. Com o tempo, formou-se um ecossistema robusto em torno dos FIDCs, tornando-os a opção mais vantajosa para financiamentos como os que a CashU busca”, explica.

A operação do FIDC representa um passo estratégico da empresa rumo à rodada de investimento Série A. A fintech já conta com o apoio da ABSeed, que em 2021 liderou a primeira captação da CashU com investidores institucionais, no valor de R$ 6,1 milhões. O aporte contou com a participação de Caravela, ScaleXOpen, Bertha Capital e investidores-anjo.

Sem abrir números específicos, Thiago destaca que a CashU tem registrado crescimento de dois dígitos mês a mês e tem metas ambiciosas para o futuro. A fintech prevê disponibilizar R$ 1 bilhão em crédito para PMEs em 2025. “Atraímos dois dos três maiores marketplaces B2B do país como clientes. O FIDC proprietário vem para fortalecer nossas operações e demonstra o interesse de investidores de crédito privado em portfólios gerados com inteligência artificial”, conclui.