Fintech

CloudWalk prepara maior rodada de sua história, dizem fontes

Segundo fontes de fora, fintech dona do InfintePay negocia uma rodada de US$ 400M, a um valuation de US$ 4B

Cloudwalk
Cloudwalk. Foto: divulgação

No começo do ano, a CloudWalk, fintech brasileira por trás da InfinitePay, colocou em movimento seu plano de internacionalização, entrando de vez no mercado norte-americano. Cerca de seis meses depois, uma parte importante desta plano parece ter entrado em cena – o de captar para crescer. De acordo com fontes, a fintech está engatilhando a maior rodada de sua história.

Segundo reportou o The Information, com base em duas fontes que conversaram com a fintech sobre a possível rodada, a CloudWalk está buscando uma captação de US$ 400 milhões, a um valuation de pelo menos US$ 4 bilhões. O veículo gringo destacou ainda que as conversas estão em andamento com a assessoria da Financial Technology Partners, banco de investimentos especializado em fintechs, e que já assessorou a CloudWalk em rodadas anteriores.

Caso seja concretizada, a rodada seria a primeira desde a série C de US$ 150 milhões levantada pela empresa em novembro de 2021, com a Coatue liderando. Até o momento, a fintech liderada pelo CEO Luis Silva captou cerca de US$ 365 milhões, com outros investidores como DST, A*, The Hive, Valor Capital e Plug and Play Ventures.

Aliás, com a potencial nova rodada, a CloudWalk deve quase dobrar o seu valuation, já que na série C ela foi avaliada em US$ 2,15 bilhões. Além disso, com as altas cifras envolvidas, o negócio pode ser uma retomada e tanto para o cenário de fintechs na América Latina, em meio à um período em que todos os grandes cheques se voltaram para startups de IA – apesar de que a CloudWalk também está fazendo alguns movimentos nessa direção.

O Startups procurou a assessoria da CloudWalk para saber mais sobre os planos da empresa, mas preferiu manterr o low profile. “Não vamos comentar a publicação”, destacou a empresa, em reposta à reportagem.

Um negócio atraente

Apesar de manter uma possível megarodada na miúda, os números da CloudWalk dão indícios de como a empresa se tornou atraente para possíveis investidores nos últimos tempos. A fintech terminou 2023 com receita bruta de R$ 1,55 bilhão, alta de 41% sobre 2022. Até abril, registrou R$ 2,5 bilhões de receita recorrente anualizada (ARR) e um lucro líquido anualizado acima de R$ 360 milhões.

“Em um cenário no qual fintechs encontram dificuldades para atingir o breakeven, o unicórnio brasileiro terminou o ano passado com lucro líquido de R$ 108 milhões e está ultrapassando a marca de US$ 400 milhões em receita anual recorrente”, destacou a companhia em comunicado, no começo do ano.

No Brasil, a empresa já tem 100% das cidades brasileiras atendidas pelo InfinitePay, totalizando a sua presença em 5.568 municípios. Agora, o plano é levar o nome da CloudWalk para o mercado internacional.

Em janeiro deste ano, a companhia anunciou a sua expansão para os Estados Unidos, iniciando em Nova York, São Francisco e Austin, com o aplicativo chamado Jim.com. O produto será voltado para pequenas e médias empresas e contará com Inteligência Artificial, Tap to Pay e tecnologias de pagamento instantâneo. Além disso, a fintech mira o lançamento da solução em mercados como Sudeste Asiático e Oriente Médio.

Em maio, a companhia levantou R$ 1,6 bilhão em quatro novos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) com prazos de três anos. Os recursos serão usados para financiar a antecipação de recebíveis de cartão de crédito.

Segundo a startup, o objetivo com os FIDCs é atender ao aumento exponencial no número de clientes da plataforma InfinitePay no Brasil, que fechou 2023 com 1,2 milhão de micro e pequenos empreendedores, um aumento de mais de 200% em relação ao ano anterior.

Hoje, cerca de 80% dos empreendedores usam ao menos dois produtos da InfinitePay, entre conta digital, tecnologia Tap to Pay (que transforma smartphones em maquininhas de pagamento), cartão, empréstimo, plataforma de e-commerce e software de gestão.