Fintech

Com app próprio e conta PJ, Magie dá novos passos para expandir

Após captar R$ 28M no ano passado, fintech de WhatsApp banking investiu pesado em produto e ultrapassou a marca de R$ 1B em TPV

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Luiz Ramalho, CEO e fundador da Magie | Foto: divulgação
Luiz Ramalho, CEO e fundador da Magie | Foto: divulgação

Quando a Magie começou sua jornada, no fim de 2023, poucos investidores deram muita bola para a ideia de levar as funcionalidades de um banco para dentro do WhatsApp. Entretanto, pouco mais de um ano depois, parece que a visão se provou correta – tanto que até alguns “bancões” resolveram empregar IA para colocar o banking dentro do app de mensagens. Entretanto, agora o desafio é manter a visão pioneira, e, para isso, a empresa resolveu investir em produto.

Entre as novidades que a Magie está incluindo na sua estratégia estão o lançamento de sua conta PJ, assim como um aplicativo próprio. Em conversa com o Startups, o CEO e cofundador Luiz Ramalho afirma que os dois movimentos chegam para complementar uma solução que já tem sido muito bem aceita pelo público.

Aliás, em pouco mais de um ano de operação, a Magie já ultrapassou a marca de R$ 1 bilhão em valores transacionados (TPV). Um passo importante para esse crescimento ocorreu no fim do ano passado, quando a fintech lançou seu produto de open banking, permitindo que os usuários integrassem suas contas de outras instituições à plataforma no WhatsApp.

“Estamos sempre ouvindo nossos usuários. Muitos estavam pedindo uma conta PJ que pudesse ser usada ao mesmo tempo que a conta PF. Já o aplicativo chega para ser uma alternativa de apoio, caso o canal do WhatsApp esteja inacessível. Mas o nosso core continua no WhatsApp“, pontua o executivo.

Sobre a conta PJ, Luiz afirma que o plano da Magie não é exatamente competir com players como PagSeguro ou Mercado Pago, atendendo usuários que lidam com um grande número de pequenas transações diárias. “Lidar com este tipo de cliente traz um alto custo para a operação. E, por outro lado, tem uma grande parte de nossa base atual que é PJ, que tira poucas notas por mês, faz alguns pagamentos pontuais e que se beneficiaria da nossa solução para seu dia a dia. Queremos atender esse cliente”, explica Luiz.

Já o app está em fase final de validação e, segundo Luiz, ele deve ser disponibilizado até o fim do terceiro trimestre. “Será algo que nos agregará mais redundância e segurança para os usuários acessarem suas contas”, completa o CEO.

Refinando o ICP

Apesar de não abrir o número de clientes que atualmente utilizam o Magie, Luiz Ramalho destaca que um perfil tem se destacado na base: clientes com uma renda um pouco mais alta (R$ 10 mil para cima), mas que não fazem um número muito alto de transações mensalmente.

Segundo o CEO, é nessa faixa que a Magie pretende concentrar seus esforços, inclusive refinando seu produto e IA para melhor atender esses clientes, entrando na briga inclusive com contas de outros bancos, como Ultravioleta (Nubank) e Personalité (Itaú). “Estamos olhando para novas coisas, para posicionar a Magie mais como um assistente para alta renda, que ainda não é tão bem atendida como poderia ser”, dispara.

O investimento em tecnologia e produto veio no rastro de movimentos estratégicos no time da Magie. Em abril, a companhia trouxe Rodrigo Barreiros, ex-head de engenharia no Nubank, para liderar seu time de tecnologia. Outro ex-nubanker, Vítor Peres, também entrou na fintech como um “late cofounder“, participando diretamente nas estratégias futuras da fintech.

Apesar disso tudo, Luiz deixa claro que a Magie não tem pretensões de brigar com um Nubank da vida, de chegar a 100 milhões de contas abertas em sua plataforma. Aliás, segundo o CEO da Magie, a visão não é sequer a de se tornar o banco das pessoas. “Não estamos construindo outro banco. Somos o agente, o assistente de suas ações financeiras, independentemente dos bancos”, afirma.

Entretanto, se não briga com os bancos, como se posiciona ao ver diversos bancos levando serviços para dentro do WhatsApp? Para Luiz, a concorrência é ótima, mas traz responsabilidades. “O bom é que isso mostra que nossa ideia estava certa lá no começo, mas também nos coloca na obrigação de continuar à frente e entregar uma melhor experiência”, destaca.

Perguntado sobre a possibilidade de fazer novas captações para acelerar o ritmo de crescimento da Magie, Luiz preferiu desconversar, apontando que os atuais investimentos fazem parte das últimas rodadas – R$ 20 milhões em uma rodada liderada pela Lux em agosto do ano passado, quando estava apenas com R$ 100 milhões em TPV. Antes disso, a fintech já tinha levantado R$ 6 milhões com a Canary.

“No momento, ainda não estamos falando sobre uma possível rodada. Estamos bem de caixa”, finaliza o CEO.