Fintech

Controlada pelo Santander, Ebury faz M&A para crescer no cross-border

Compra da ArcaPay é mais um passo da expansão global da fintech, que no ano passado iniciou operações no Brasil ao comprar o banco Bexs

Ebury anuncia novo M&A.
Ebury anuncia novo M&A. | Divulgação

A Ebury, fintech multinacional que tem como principal acionista o banco Santander, acabou de anunciar a aquisição de outra fintech: a europeia ArcaPay, especializada em pagamentos B2B transfronteiroços (cross-border).

Segundo destacou a Ebury em nota, a aquisição servirá para a empresa expandir sua atuação no leste europeu, onde a ArcaPay está sediada e conta com cerca de 1,5 mil clientes, mas também tem como missão aprimorar suas capacidades em pagamentos internacionais.

Este movimento estratégico acompanha a recente abertura de novos escritórios em Dublin e Estocolmo, além da expansão para mercados como África do Sul, Nova Zelândia, Chile e México.

Apesar de já ter presença no Brasil desde 2021, a fintech iniciou suas operações oficialmente no ano passado, quando fechou a aquisição do banco de câmbio Bexs, consolidando sua operação local com a criação do Ebury Bank.

“Ficamos impressionados com o rápido crescimento da ArcaPay, que tem atendido à crescente demanda local de PMEs que buscam expandir e operar internacionalmente. A incorporação da ArcaPay nos permitirá cumprir nossas prioridades estratégicas de aproveitar aquisições direcionadas, atender nossos clientes atuais com ainda mais sucesso e expandir para novos mercados promissores”, destacou Juan Lobato, fundador e CEO da Ebury, em comunicado.

No ano fiscal 23/24, a Ebury registrou um aumento de 8% na sua receita, chegando a £ 220,6 milhões. No primeiro semestre do atual ano fiscal (24/25), a companhia afirma que a receita cresceu acima de 20%, com margens de de EBITDA superando 10%.

“Como especialista líder em atender às complexas necessidades de PMEs que operam internacionalmente, estamos bem posicionados para aproveitar as oportunidades crescentes no mercado de pagamentos internacionais. Estou entusiasmado com nossa próxima fase de crescimento”, completa Juan.

Apesar do atual M&A ter um foco mais específico no mercado europeu, não seria de se espantar se as capacidades de pagamentos cross-border e contas internacionais chegarem à operação brasileira da Ebury, concorrendo com players como Wise, Nomad, entre outros.

No ano passado, ao anunciar o lançamento do Ebury Bank, a fintech global deixou claro que o Brasil é um dos mercados com maior expectativa de crescimento.

Em conversa com a Reuters no começo do ano passado, o diretor comercial global da empresa, Fernando Pierri, afirmou que o Brasil pode ser um maior mercado da fintech. O Brasil é atualmente o terceiro maior mercado da Ebury em termos de receita, atrás apenas do Reino Unido e da Espanha.

Para impulsionar seus planos no Brasil, em maio passado o banco nomeou a ex-Citi Claudia Bortoletto como CEO da operação brasileira. Antes da promoção a CEO na Ebury Bank, a executiva era Country Manager, liderando projetos estratégicos e contribuindo para o crescimento no mercado nacional.