Venture capital

CredAluga capta R$ 22M para ampliar seus produtos financeiros

Com planos de expansão nacional, a fintech espera ultrapassar os R$ 400 milhões de receita e alcançar um market share de 15% até o fim de 2029

Guilherme Blumer, Rodrigo Werneck e Daniel Santos, sócios da CredAluga
Guilherme Blumer, Rodrigo Werneck e Daniel Santos, sócios da CredAluga | Foto: Divulgação

A fintech CredAluga, especializada em soluções financeiras para aluguel e que opera exclusivamente em parceria com imobiliárias em um modelo B2B2C), acaba de receber um seed de R$ 22 milhões. A rodada foi liderada pela Caravela Capital, com a participação de Honey Island by 4UM, Norte Ventures, Terracota Ventures e FJ Labs. Com o caixa reforçado, a startup pretende investir em tecnologia e construir novos produtos ao longo do próximo ano.

“Atuei por muito tempo no setor imobiliário”, afirma Daniel Santos, cofundador e co-CEO da fintech. O executivo ingressou no mercado em 2013 como diretor de aluguel da Casa Mineira, imobiliária de Belo Horizonte (MG) com mais de 40 anos no segmento. Em 2021, a empresa, que já administrava uma carteira de 17 mil imóveis e mais de R$ 2,5 bilhões em ativos sob gestão, foi adquirida pelo QuintoAndar. “Durante essa trajetória, percebi uma oportunidade clara no mercado para criar uma startup focada em oferecer soluções financeiras para imobiliárias, com um hiperfoco na solução e no cliente”, explica.

Nos primeiros anos de operação, a CredAluga optou por não buscar investimentos de venture capital, uma decisão intencional, segundo Daniel. “Queríamos primeiro provar a viabilidade do negócio e construir uma base sólida. A gente vem escalando de forma sustentável, com unit economics saudáveis e gerando caixa. Agora, com o produto amadurecido, temos uma tese de expansão da empresa”, destaca.

A estratégia inclui investimentos em marketing e vendas, além da expansão da equipe de tecnologia para aprimorar o produto. O objetivo é fortalecer a plataforma com o lançamento de novos produtos financeiros, alguns já em fase piloto. No roadmap, o executivo cita soluções que complementem a fiança CredAluga, o principal produto da marca, criado para eliminar a fiança pessoal, reduzir a burocracia e oferecer mais segurança.

“Atuamos no mercado de substituição do fiador pessoa física e queremos lançar outros produtos próprios que eliminem a necessidade desse fiador, oferecendo garantias de aluguel. Além disso, também lançaremos produtos em parceria com outras empresas, como um seguro desenvolvido em conjunto com seguradoras, com o objetivo de melhorar a jornada de aluguel para inquilinos, imobiliárias e proprietários”, destaca.

Fundada em 2022, a CredAluga já conta com mais de 500 imobiliárias parceiras, principalmente nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná. Com foco na expansão pelo Brasil, a fintech projeta encerrar 2024 com um faturamento de R$ 30 milhões e alcançar um market share de 15% até o fim de 2029, mesmo ano em que espera ultrapassar os R$ 400 milhões de receita. A startup pretende dobrar o número de colaboradores para poder conquistar até cinco mil novos parceiros nos próximos quatro anos.

Parceria ganha-ganha

Para fundar a CredAluga, Daniel uniu-se a Guilherme Blumer, que acumula passagens por grandes incorporadoras e empresas do setor, como ZAP Imóveis, Hypnobox e Brasil Brokers. “Nossa experiência no mercado imobiliário foi essencial para a criação da CredAluga“, avalia Guilherme. “Já tínhamos um diálogo consolidado com a comunidade do setor e entendíamos profundamente as principais dores, o que nos ajudou a alcançar resultados expressivos em pouco tempo”, acrescenta.

Segundo Guilherme, um dos principais diferenciais da CredAluga é o modelo ganha-ganha. Ele observa que, nos últimos 10 anos, as imobiliárias se sentiram ameaçadas diante do avanço de plataformas de locação online que, muitas vezes, eliminam a necessidade de intermediários na hora de alugar um imóvel. “A CredAluga não representa concorrência para as imobiliárias, e isso tem sido muito valorizado por elas, especialmente considerando o contexto dos últimos anos”, analisa.

“Além disso, proporcionamos mais agilidade e uma melhor experiência para as imobiliárias. Enquanto outras plataformas dependem da intermediação de corretores de seguros, nosso contato com as imobiliárias é direto. Outro ponto importante é que, desde o início, temos priorizado a segurança, eliminando fraudes por meio do uso de biometria facial, validação de dados cadastrais e varredura de ações judiciais”, afirma.

Para os proprietários, a CredAluga garante o recebimento do aluguel em dia, mesmo que o inquilino atrase, além de proporcionar maior agilidade na locação do imóvel e uma análise responsável baseada em diversas fontes de dados. Para os inquilinos, a startup se compromete a oferecer aluguel sem fiador, com taxas competitivas, análise de crédito instantânea e a opção de parcelamento em até 12 vezes.

Somando forças

Em setembro, a CredAluga anunciou uma sociedade estratégica com a CUPOLA, consultoria de inteligência imobiliária. A parceria busca fortalecer a posição da fintech no mercado e ampliar as oportunidades de crescimento.

“Percebemos que ambas as empresas compartilham o mesmo objetivo: empoderar as mais de 70 mil imobiliárias espalhadas pelo país”, diz Rodrigo Werneck, fundador da CUPOLA e, após a união entre as empresas, novo Chief Marketing Officer (CMO) e diretor de relações com o mercado da CredAluga. “As imobiliárias se sentiram muito vulneráveis nos últimos anos e, frente ao risco concreto de desintermediação, foram buscar apoio na CUPOLA, especialista em consultoria de gestão, marketing imobiliário, educação e tecnologia”, acrescenta.

Quando Daniel e Guilherme fundaram a CredAluga há pouco mais de dois anos, eles buscaram se aproximar da CUPOLA para unir forças em prol de um objetivo comum. “Enxergamos uma sinergia e um potencial de colaboração. Foi assim que nasceu a parceria, que recentemente evoluiu para uma sociedade”, destaca Rodrigo. Ele se junta aos co-fundadores da CredAluga para expandir os serviços de marketing, consultoria, educação, tecnologia e relacionamento com partes interessadas.