A Creditas segue firme e forte em seu projeto de estancar perdas e aumentar sua eficiência operacional, com o plano de chegar ao sonhado breakeven. Nesta segunda (05), a companhia soltou os seus resultados referentes ao quarto trimestre de 2023 e, apesar de ainda ter prejuízos, a companhia registrou avanços em seu desempenho.
Por exemplo, a companhia fechou o último trimestre com um prejuízo de R$ 57 milhões, uma queda de 72,8% ante as perdas anotadas no mesmo período em 2022. Inclusive, a empresa chegou a afirmar que dezembro foi o primeiro mês de sua história em que não precisou queimar caixa, com um Ebitda positivo de R$ 1,2 milhão. No geral do ano, o prejuízo da Creditas ficou em R$ 385 milhões, uma queda considerável (64%) em relação ao R$ 1 bilhão registrado em 2022.
Quanto ao lucro, a companhia continua registrando crescimento. No quarto trimestre, o lucro bruto foi de R$ 196 milhões, alta de 171% sobre o último quartil de 2022. No agregado do ano, a alta foi de 192%, anotando R$ 640 mihões.
Em nota à imprensa, o fundador e CEO Sergio Furio destacou que os resultados vem no rastro de uma decisão da companhia em contemplar sua eficiência operacional, mantendo o conservadorismo no crescimento de portfólio (uma redução de 2%), mas ainda assim aumentando o top-line em 25%.
“À medida que aceleramos a expansão do lucro bruto e continuamos ganhando alavancagem operacional, estamos confiantes de que manteremos um crescimento rentável ao longo de 2024″, afirma Furio, em comunicado.
A carteira de crédito ficou estável em 2023 em relação ao ano anterior, anotando R$ 5,6 bilhões, mas tiveram taxas reajustadas para se adequar à realidade do país, algo que a companhia continuará fazendo durante 2024.
“Os efeitos combinados da expansão da margem bruta através da reavaliação da carteira e do controle rigoroso da qualidade do crédito, da melhoria da eficiência de custos e dos ventos favoráveis para um novo ciclo macroeconômico, permitiram-nos reduzir as perdas líquidas e estabelecer as bases para uma empresa que pode começar a gerar lucros para reinvestir”, destacou.
No relatório, a companhia também destacou que o inventário referente à operação da Creditas Auto – que era um dos principais pontos de perda na fintech – já está próximo de zero, e agora o foco para o mercado automotivo está no modelo C2C. “Estamos vendo uma boa tração inicial neste novo modelo, mas ainda há muitas coisas que precisamos desenvolver para ganhar escala no modelo”, pontuou a Creditas em nota.
Outro ponto que a Creditas quer resolver em 2024 para impulsionar ainda mais seus números tem a ver com o Andbank, instituição que a fintech anunciou fusão em julho de 2022, mas que ainda está em processo de aprovação com o Banco Central. Para a empresa, a aquisição ajudará a companhia a reduzir seus custos de captação.
Com as contas cada vez mais equilibradas, a Creditas ganha força para seguir com seu plano de IPO. Em conversa com o Startups no começo do ano, Sergio Furio destacou que o plano de oferta pública segue na mesa, mas ainda há coisas para fazer antes disso.
“Em 2024, devemos atacar uma taxa média de crescimento de 35% ao ano, o que basicamente fará com que a Creditas dobre de tamanho a cada dois anos e meio. Queremos reinvestir o lucro e fazer com que a empresa cresça com seu próprio capital”, disse o CEO em entrevista ao Startups em janeiro.