A fintech Creditas divulgou hoje seus resultados financeiros do 4º trimestre de 2022. A companhia registrou receita de R$ 1,8 bilhão no acumulado do ano, um aumento de 118% em relação a 2021.
Especificamente no 4º trimestre, a empresa gerou receita de R$ 500,2 milhões – avanço anual de 39% se comparado com os R$ 358,8 milhões do mesmo período de 2021. A companhia projeta alcançar lucratividade até o fim de 2023 e continuar com crescimento rentável em 2024.
“O ambiente macroeconômico continua desafiador, tanto local quanto internacionalmente. (…) Na Creditas, continuamos executando nosso plano de rentabilidade traçado há um ano. Estamos aumentando com sucesso a eficiência, a alavancagem operacional e a reavaliação do portfólio. Agora, estamos originando empréstimos com as maiores margens projetadas que já vimos para trazer nosso lucro bruto de volta aos níveis normais”, diz a startup, em nota.
No 4º trimestre de 2022, a empresa registrou prejuízo líquido de R$ 208,6 milhões – 17,5% menor do que o do 3º trimestre e 42,5% menor do que no 4º trimestre de 2021. Após a compressão do lucro bruto durante o 2º semestre de 2021 e início de 2022, a companhia afirma estar em um momento reverso com a margem de lucro bruto expandindo de 10,1% no 2T22 para 14,8% no 4T22. “Esperamos que essa tendência continue até 2023 para recuperar margens de lucro bruto de 40% ou mais”, pontua.
O portfólio sob gestão chegou a aproximadamente R$ 5,848 bilhões no fim de 2022, um salto trimestral de 4,9% e anual de 57,3%. A reprecificação da carteira total passou de 32% para 41% entre setembro/21 e dezembro/22. Segundo a companhia, essa tendência continuará até 2023, uma vez que a deterioração da carteira pré-fixada será substituída por novos empréstimos a novas taxas, acelerando a expansão do lucro bruto.
“Depois de ver as margens operacionais caindo no 2º trimestre de 2022 devido ao impacto do aumento acentuado da Selic e do impacto do provisionamento antecipado do IFRS relacionado à nossa estratégia de alto crescimento, estamos experimentando uma aceleração nas margens operacionais, que aumentaram 43% desde o segundo trimestre de 2022 de 10,1% para 14,5%. As margens operacionais se beneficiaram tanto da reavaliação contínua da carteira de empréstimos quanto do menor custo do crédito, uma vez que nossa carteira continua resiliente nas atuais condições de mercado”, diz a Creditas.
Adaptando-se à conjuntura
A fintech diz ter dois principais custos: aquisição de clientes (CAC) e custos gerais, principalmente relacionados à tecnologia do produto. A companhia projeta que ambos “caiam significativamente” nos próximos trimestres à medida que a receita e as margens operacionais continuem crescendo acima da evolução do CAC e das despesas gerais.
“Nosso caminho para a lucratividade está relacionado à (i) expansão do lucro bruto relacionado à estabilização da Selic, reprecificação do portfólio e menor impacto das provisões IFRS antecipadas, (ii) ao menor impacto do custo de aquisição do cliente à medida que o portfólio aumenta e obtemos maior eficiência em aquisição por meio de nossa própria base de usuários e (iii) à alavancagem operacional à medida que continuamos crescendo nossa base de receita para absorver despesas gerais existentes que crescerão em um ritmo significativamente menor.”
Nesta semana, a Creditas divulgou que está desativando sua operação interna de recondicionamento de veículos, decisão que representou a demissão de 95 pessoas. Nos próximos meses, a companhia concentrará seu foco nas operações Consumer-to-consumer (C2C), especialmente vendas e financiamentos. O número de lojas físicas da vertical Creditas Auto será reduzido de 6 para 3 nos próximos meses.
Para suavizar o anúncio, a companhia destacou em nota que não realizou demissões, mas sim mudou seu modelo para uma operação com parceiros. A parte de recondicionamento será feita por terceiros, que recontratarão “ao máximo” a força de trabalho dispensada pela Creditas essa semana.