Fintech

Educbank volta a captar via debêntures - e agora são R$ 84M

Nova captação será destinada ao produto receita garantida, de antecipação de recebíveis - mas uma série B está nos planos

Caio Noronha, cofundador e CEO do Educbank. Foto: Gabriel Reis/divulgação
Caio Noronha, cofundador e CEO do Educbank. Foto: Gabriel Reis/divulgação

Em agosto do ano passado, o Educbank fez uma manobra diferenciada para capitalizar sua operação: ela foi ao mercado de capitais e emitiu R$ 70 milhões em debêntures para financiar seu produto de antecipação de recebíveis. Segundo a empresa, a operação deu certo, e pouco mais de um ano depois ela está fazendo uma nova emissão: agora o valor é maior, com R$ 84 milhões captados.

O valor desta nova operação, novamente securitizada em mensalidades escolares, será destinado ao produto “receita garantida” – que permite às escolas parceiras receberem as mensalidades em dia, mesmo quando os pais não pagam.

Em conversa com o Startups, o cofundador e CEO do Educbank, Caio Noronha, revelou que a nova emissão é resultado não apenas de bons resultados com a operação anterior, mas também de um aprendizado para a fintech.

“O grande desafio da primeira emissão foi o de estruturar algo que faça sentido e funcione dentro do modelo de negócio, além de gerar os indicadores para gerar confiança junto ao mercado, o que concretizou a segunda captação”, destaca.

Aliás, para imprmir mais confiança à sua emissão de títulos, o Educbank escolheu parceiros de peso: o Itaú BBA coordenou a operação, a carteira de recebíveis do Educbank foi auditada pela KPMG, e as demonstrações financeiras da fintech passaram pelo crivo da francesa Mazars.

Para a nova emissão, os três maiores alocadores da primeira transação renovaram suas alocações, sendo que dois deles aumentaram o valor do investimento, resultando em um crescimento total de 20% entre as duas operações.

“Estamos muito contentes de notar como o nosso empenho, foco e visão estratégica tem gerado confiança no mercado de capitais, nos possibilitando acessar o mercado com consistência e de forma saudável”, completa Caio.

A última rodada de equity do Educbank foi em julho de 2022, uma série A de R$ 200 milhões liderada pela Vasta Educação (do grupo Cogna), acompanhada pelo fundo Marrakech Capital. Segundo Caio, na época parte do cheque foi empregado no produto de receita garantida, mas a empresa ainda não tinha acessado o mercado de capitais.

“A partir do marco que foi a primeira emissão de debêntures, a nossa estratégia de funding mudou, e passamos conduzir nossa estratégia de crescimento combinando dinheiro de equity, dívida e securitização. É uma estratégia extremamente inteligente para nosso tipo de negócio. A securitização traz investidores mais especializados, além de um balanço de risco e retorno muito interessante”, explica o CEO.

Nova rodada de equity no futuro?

Fundado em 2020, o Educbank é uma plataforma financeira que banca as mensalidades não pagas e cuida da gestão da escola. Diferente de um empréstimo ou seguro, a fintech assume o risco da inadimplência. Ela oferece o capital e em troca cobra uma taxa sobre o valor da mensalidade.

Atualmente o Educbank conta com mais de 500 instituições de ensino parceiras, que atendem mais de 160 mil alunos. Apesar de não abrir números por ano, a fintech destaca que já ultrapassou a marca de R$ 1 bilhão em apoio financeiro, meta que tinha sido estabelecida no ano passado, com a primeira emissão de debêntures.

Nos últimos dois anos, a companhia afirma que teve um crescimento de mais de 900% no número de escolas atendidas, e nesse mesmo período, cresceu mais de 700% seu faturamento.

Entretanto, pensando em um novo ciclo de crescimento, a companhia já está mirando uma nova série B. “Estamos com uma rodada de equity nos planos, e vamos voltar ao mercado para fazer essa captação”, revelou Caio, ressaltando que a nova rodada não deve demorar para acontecer e será anunciada “em breve”.