Nubank
Nubank. Foto: Divulgação

Eis que o Nubank resolveu entrar na arena dos bancos. Poucos dias após a decisão do Banco Central de barrar instituições financeiras que não possuem a licença bancária de usar a denominação de banco no nome, o roxinho anunciou oficialmente que quer obter a sua licença bancária no país em 2026.

Em nota divulgada em seu site, a empresa, que se denomina “uma das maiores plataformas de serviços financeiros digitais do mundo”, afirmou que pretende se adequar à Resolução Conjunta N° 17, editada pelo Banco Central e pelo Conselho Monetário Nacional (CME). Segundo o roxinho, com a obtenção da licença, a marca e identidade visual do Nubank não serão alteradas.

“A mudança pretendida não tem qualquer impacto para os clientes e todas as operações seguem normalmente”, destacou a empresa em nota.

Atualmente, a empresa de David Vélez tem licença para operar como Instituição de Pagamento, Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento, e Corretora de Títulos e Valores Mobiliários. No comunicado, ela afirma que a inclusão de uma instituição bancária não implica em alterações materiais nas exigências adicionais de capital e liquidez.

“O Nubank foi fundado há 12 anos e foi responsável pela inclusão de 28 milhões de pessoas no sistema financeiro. Nossa identidade e missão de simplificar a vida dos nossos clientes permanecem iguais”, afirma Livia Chanes, CEO do Nubank no Brasil, em nota.

A licença pode vir de duas formas, via solicitação junto a Banco Central ou pela aquisição de uma instituição licenciada (a segunda costuma ser a forma mais fácil e rápida). A partir da obtenção da licença, o Nubank terá 120 dias para informar ao Bacen como ela será utilizada e um ano para implementar.

A bem da verdade, segundo a normativa do Banco Central, o Nubank como um todo não precisa se tornar um banco para se enquadrar. De acordo com o roxinho, a nova licença apenas se adicionaria às outras três que ela já possui, mas não precisa ser aplicada à fintech como um todo – ou seja, a empresa não precisa necessariamente se tornar um banco e se enquadrar da mesma forma que concorrentes como Itaú e Bradesco.

Em resposta ao Startups, o Nubank fez questão de ressaltar que, mesmo com a eventual conquista da licença, a empresa não pretende deixar de ser uma fintech.

Entretanto, se a empresa decidir se converter, aumentam as obrigações fiscais e regulatórias, o que pode interferir no curto prazo nos resultados da operação. A companhia afirma que, “a solidez e resiliência financeira permanecem inalteradas”, e a obtenção da licença não trará impactos sobre os resultados da companhia.

Atualmente, o Nubank tem no Brasil cerca de 110 milhões de clientes, número que rivaliza com bancos privados tradicionais como Itaú (100 milhões) e Bradesco (111 milhões). No terceiro trimestre deste ano, o roxinho bateu recorde de receita líquida, anotando US$ 4,13 bilhões.