Fintech

IZZI: Fintech do B&T quer crescer 30% e abrir captação com VC

Startup funciona como uma casa de câmbio virtual para facilitar as transferências de dinheiro entre contas do Brasil e outros países

Vivian Portella, CEO da Izzi. Foto: Divulgação
Vivian Portella, CEO da Izzi. Foto: Divulgação

Sejam como estudantes, expatriados ou imigrantes em busca de uma vida melhor, existem hoje cerca de 4,5 milhões de brasileiros vivendo no exterior, segundo dados do Ministério das Relações Exteriores. E, entre os muitos desafios enfrentados por quem mora fora, está a dificuldade de movimentar dinheiro entre os países, sem ter que ficar abrindo diversas contas em instituições diferentes.

Foi para resolver esse problema que surgiu o IZZI Transferências Internacionais, fintech do tradicional grupo de câmbio B&T. Depois de alcançar a marca de R$ 7 milhões transacionados nos dois primeiros anos de atividade do aplicativo, a startup espera crescer até 30% no final do ano, com volume projetado de operações superior a R$ 11 milhões.

Para o ano que vem, a empresa planeja novidades que podem impulsionar ainda mais esse crescimento. Fundada com capital exclusivo do B&T, a fintech pretende abrir uma rodada de captação com investidores de venture capital, conta Vivian Portella, CEO do IZZI, em entrevista exclusiva ao Startups.

Além disso, o aplicativo, que permite apenas transações entre pessoas físicas, atualmente, também deve permitir transferências entre pessoas jurídicas no Brasil e no exterior a partir do próximo ano.

Leia também: XP lança conta global e entra no “campinho” da Nomad e Avenue

O IZZI atua hoje com transferências do Brasil e dos Estados Unidos para 180 países. No entanto, o principal corredor é de entre justamente Brasil e Estados Unidos, onde está a maior comunidade brasileira no exterior, com cerca de 2 milhões de pessoas.

Para alcançar a meta de crescimento da empresa para este ano, o IZZI tem buscado parcerias com essa comunidade. A primeira delas foi firmada recentemente com a Brasa, associação de estudantes brasileiros presente em mais de 100 universidades na América do Norte, Europa e Ásia e que reúne mais de 20 mil pessoas, entre alunos e ex-alunos.

“Começamos com uma parceria com a Brasa da Flórida, mas queremos ativar para todas as Brasas dos Estados Unidos e de outros países”, afirma Vivian.

Um dos benefícios é que os membros dessa comunidade têm condições especiais nas operações de câmbio por meio do aplicativo IZZI. Ao realizar a primeira operação, o usuário recebe um cashback de R$ 100 em sua conta.

Casa de câmbio virtual

Ao contrário de outros aplicativos de transferências internacionais, o IZZI não funciona como um banco. Ou seja, o usuário não precisa criar uma conta corrente dentro da plataforma para poder movimentar o dinheiro.

“Funcionamos como se fosse uma casa de câmbio virtual, que transfere o dinheiro de uma conta que o cliente já possui no exterior, para a conta do Brasil”, explica a CEO.

Segundo ela, por possuir uma licença internacional, o IZZI consegue estabelecer parcerias com pagadores locais internacionais, barateando o custo da remessa em relação a um SWIFT. As taxas do IZZI variam entre 1% e 2%, enquanto em grandes bancos pode ficar em torno de 5% a 7%.

“Durante as campanhas, chegamos a cobrar taxas ainda menores, de até 0,5%, além de oferecer cashback”, acrescenta Vivian.

Imigrantes no Brasil

Além da comunidade brasileira no exterior, Vivian conta que um mercado importante para a plataforma tem sido o de imigrantes estrangeiros morando no Brasil. Segundo a executiva, o segundo maior corredor do IZZI em termos de quantidade de transações é o Haiti, no Caribe. Em termos de volume, a posição cai no ranking, já que o valor dos tickets é baixo.

“O Brasil sempre foi um país exportador de imigrantes, mas hoje cada vez mais tem recebido essas pessoas. Nos últimos cinco anos começamos a registrar um volume grande de envios do Brasil para países da América Latina e África. No Sul do Brasil temos uma comunidade que usa bastante o IZZI e faz muitos envios para Venezuela, Colômbia e Equador, por exemplo”, conta Vivian.

O movimento de expansão internacional do IZZI começou há um ano, com o início da operação nos Estados Unidos. No entanto, o aplicativo está disponível apenas na língua portuguesa, o que dificulta a adesão por parte de usuários que falam outros idiomas.

“Quem sabe em breve poderemos expandir também para outros países, como Portugal, onde também tem uma grande comunidade brasileira”, diz a CEO.