Fernando Silva, CEO e fundador do Jeitto | Foto: Divulgação
Fernando Silva, CEO e fundador do Jeitto | Foto: Divulgação

O crédito consignado, historicamente utilizado por aposentados e servidores públicos, passou por uma espécie de rebranding recentemente e agora tem impulsionado o avanço das fintechs sobre um território antes dominado pelos grandes bancos. Em meio a esse cenário, o Jeitto decidiu ampliar seu jogo. A fintech paulistana, que nasceu focada nas classes C e D, acaba de emitir R$ 37 milhões em debêntures financeiras, em parceria com a japonesa Credit Saison, para financiar a expansão do Jeitto Consignado, seu novo produto voltado a trabalhadores formais da iniciativa privada.

A operação também simboliza uma tendência crescente no ecossistema de fintechs, em que as dívidas corporativas passam a ocupar o lugar do capital de risco tradicional como ferramenta para sustentar o crescimento e garantir recursos para as operações de crédito.

Essa emissão se soma a outras iniciativas de captação realizadas pelo Jeitto em 2025, como as operações de tokenização de recebíveis em parceria com o Mercado Bitcoin.

“Essa parceria com a Credit Saison é estratégica para nós. Além do aporte financeiro, ela reforça nossa visão de que é possível unir tecnologia, impacto social e crescimento sustentável. Com a confiança de um grupo global de referência, seguimos avançando na nossa missão de ampliar o acesso ao crédito para cada vez mais brasileiros que fazem muito com pouco”, afirma Fernando Silva, CEO e fundador do Jeitto, por meio de nota.

A parceira japonesa Credit Saison, listada na Bolsa de Tóquio e reconhecida por investir em empresas de impacto social, vê na operação uma oportunidade de ampliar sua presença no país.

“O Jeitto tem um papel essencial ao oferecer crédito acessível a um público pouco atendido pelos bancos. Essa colaboração reforça nosso compromisso de longo prazo com a inclusão financeira no Brasil”, comenta Álvaro Landi, Country Manager da Credit Saison Brasil.

O Crédito do Trabalhador é a nova modalidade de empréstimo consignado privada, criada pelo governo federal por meio da Medida Provisória nº 1.292/2025, que permite a trabalhadores com carteira assinada – inclusive domésticos, rurais e MEIs – contratarem crédito com desconto automático em folha e taxas mais baixas do que as praticadas em linhas sem garantia.

Para mitigar riscos e viabilizar condições mais favoráveis, o programa autoriza o uso de até 10% do saldo do FGTS como garantia e considera a multa rescisória como mecanismo de cobertura em caso de demissão. O desconto no salário é limitado por uma margem consignável de até 35% para empréstimos e 5% para cartão de crédito consignado. A contratação é feita digitalmente.