Fintech

Malga prevê movimentar R$ 4B em transações em 2024

Fintech oferece uma infraestrutura inteligente de pagamentos, conectando empresas a múltiplos provedores por meio de uma única integração

Alex Vilhena e Thiago Garuti, fundadores da Malga
Alex Vilhena e Thiago Garuti, fundadores da Malga | Foto: Divulgação

No ano passado, a fintech Malga, antes conhecida como Plug, se reposicionou no mercado como uma infraestrutura inteligente de pagamentos. Hoje, a startup já colhe os frutos dessa mudança. Com mais de 60 clientes em seu portfólio, incluindo grandes nomes como Petlove, Privalia, Alura e Ingresse, a Malga movimentou R$ 3 bilhões em transações financeiras e tem como meta atingir R$ 4 bilhões ainda em 2024. Apenas no último ano, a empresa quintuplicou a sua receita, com previsão de triplicá-la até o fim deste ano.

Segundo o CEO, Alex Vilhena, o crescimento da Malga foi resultado de um ano de muito foco. “O setor de pagamentos é bastante amplo, e poderíamos tentar ser tudo para todos. No entanto, decidimos reduzir nosso escopo de atuação para focar em empresas que precisam intermediar pagamentos, o que nos permitiu alinhar melhor com nossa visão de longo prazo. Essa decisão também acompanhou o movimento do mercado, com maior dificuldade de captação de recursos e a busca por eficiência. Nesse contexto, decidimos concentrar nossos esforços e avaliar quais apostas estratégicas faziam mais sentido”, explica.

A proposta da Malga é, por meio de uma única integração, conectar empresas a múltiplos provedores de pagamento online. Na prática, é como montar um lego. A startup entrega uma infraestrutura completa, modular e adaptável, combinando diferentes peças (nesse caso, provedores) para criar a solução ideal para cada cliente. 

“Antigamente, um lojista que trabalhava com a Cielo só podia usar as ferramentas desse ecossistema, mesmo que precisasse de um serviço oferecido por outro provedor. A Malga desenvolveu uma solução de pagamentos desacoplada, que separa o processamento do provedor. Isso permite que o lojista monte sua infraestrutura de forma totalmente personalizada e flexível, podendo adaptá-la ao longo do tempo”, explica.

A fintech oferece uma variedade de serviços que vão além da orquestração com múltiplas conexões, incluindo um roteamento inteligente para otimizar a aprovação de pagamentos. Entre as ferramentas disponíveis estão split de pagamentos, tokenização de cartões, checkout transparente, plugins e SDKs, entre outros. Cada transação é tratada de forma única, permitindo, por exemplo, acionar o antifraude apenas em casos de alto risco, o que reduz fricções e evita recusas indevidas por falso positivo de fraude.

Próximos passos

No mercado desde 2021, a Malga realizou uma rodada seed em seu primeiro ano de operação. A captação, de US$ 6,5 milhões, foi liderada pelo fundo Costanoa Ventures, participação da QED, Verve Capital, Latitud e Norte Ventures. A fintech já tinha levantado uma rodada pré-seed com investidores anjo e tinha vendido uma fatia de 7% para a Y Combinator quando participou do programa de aceleração no começo do mesmo ano. Já em 2022, houve uma extensão na rodada de investimentos, com a liderança da Costanoa.

“Estamos estudando a possibilidade de fazer uma série A, mas a Malga já é uma empresa bem eficiente, capaz de crescer com as próprias pernas”, afirma Alex. O CEO revela que, se a startup manter o ritmo atual de crescimento, a fintech deve atingir o break even em fevereiro de 2025.

Em fevereiro de 2023, quando anunciou o seu reposicionamento no mercado, Alex já havia adiantado que o intuito da mudança era fortalecer a empresa em território brasileiro e expandir seu ramo de atuação para a América Latina. Agora, a prioridade é ampliar os segmentos atendidos pela Malga e abrir novos mercados, com um olhar especial para o Chile e o México, além de expandir o time de produtos. 

“A Malga já recuperou cerca de R$ 150 milhões para nossos clientes em transações que foram negadas no primeiro adquirente, e isso cresce a cada mês. O potencial de mercado é gigantesco, e seguimos muito focados na nossa visão de plataforma de pagamentos inteligente e desacoplada”, conclui.