A Mercado de Recebíveis está a todo vapor. Dois meses depois de lançar seu cartão de crédito, em parceria com a Visa, a fintech acaba de anunciar a captação de uma nova rodada de investimentos, liderada pela URCA Angels. A comunidade de investidores-anjo vem acompanhando a empresa desde sua primeira rodada, em 2023.
Com o aporte, que não teve o valor revelado, a Mercado de Recebíveis atingiu valuation de R$ 200 milhões – quase o dobro em relação à última rodada, realizada em 2024, quando foi avaliada em R$ 110 milhões.
“Acompanhamos de perto toda evolução da empresa e estamos confiantes com a estratégia de crescimento, por isso, resolvemos dobrar nosso investimento”, comenta Inês Correa de
Souza, da URCA Angels.
Henrique Echenique, CEO da Mercado de Recebíveis, conta em entrevista exclusiva ao Startups que a avaliação é conservadora e abaixo de ofertas que a fintech tem recebido. A startup ganhou tração neste ano, com o lançamento do cartão que permite que empresas utilizem seus recebíveis como limite.
“O cartão passou a ser o nosso principal produto, sendo usado por 50% da nossa base, e isso trouxe uma alavanca muito forte para a marca”, diz.
Segundo ele, a expectativa é crescer 20 vezes este ano, em relação a 2024, atingindo a marca de R$ 2 bilhões em volume processado. A Mercado de Recebíveis atingiu o breakeven em maio – meta que estava prevista para o fim deste ano – e, de acordo com o CEO, tem conseguido crescer em velocidade maior que as suas despesas.
Um dos motivos é o uso de inteligência artificial no desenvolvimento da tecnologia, fator que não estava previsto há dois anos, explica Henrique: “A despesa em tecnologia não cresceu como a gente esperava por causa de IA, que temos usado para implantação de novas funcionalidades, revisão de código. Hoje temos oito desenvolvedores, quando poderia ser o dobro, se não fosse a IA. Devemos fazer contratações, mas ainda assim nosso crescimento é desproporcional ao aumento de custo”.
Para fazer frente à demanda que tem sido criada com o cartão, a Mercado de Recebíveis também está trabalhando na estruturação do seu próprio Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC). Hoje, a fintech opera por meio de parceiros, como bancos e fundos.
“À medida em que a gente cresce, é preciso ter maior previsibilidade, e ter uma estrutura própria de crédito ajuda nesse sentido”, aponta o CEO.