Quando sua fintech tem o aval da Y Combinator, parece que nada pode dar muito errado, não é mesmo? Entretanto, para a Onyx Private, parece que as coisas não rolaram tão bem assim. O banco digital focado em clientes de alta renda resolveu, do nada, sair do B2C e terminou todas as suas contas bancárias.
O banco baseado em Miami e fundado pelos brasieiros Victor Santos (CEO) e Douglas Lopes (COO) e Tiago Passinato, enviou na última semana a seus correntistas um email avisando do término de suas operações bancárias. “Escrevemos para informar de nossa decisão em descontinuar nossos serviços e iniciar o fechamento de todas as nossas contas associadas, a partir de hoje”, reportou o TechCrunch, que teve acesso à mensagem.
Em resposta ao site norte-americano, o CEO Victor Santos confirmou o fechamento das contas e explicou que a fintech estava “se afastando do modelo B2C”. Entretanto, segundo o executivo, isso significa uma mudança no modelo de negócios, e não o fechamento da companhia.
Segundo Victor, a Onyx mudará para um “modelo de plataforma white label B2B para bancos comunitários, bancos regionais e cooperativas de crédito” que desejam lançar aplicativos digitais desenvolvidos para jovens consumidores ricos. Santos afirmou que a Onyx vinha explorando a ideia ao longo do ano passado e fez desenvolvimentos com alguns parceiros.
É uma virada e tanto no modelo de negócios da startup, que em maio do ano passado levantou US$ 4,1 milhões junto a investidores como Village Global, Y Combinator, Global Founders Capital, One Way Ventures, 186 Ventures e Olive Tree Capital, que aparentemente compraram a ideia “antiga” do então neobanco.
Na ocasião, a Onyx Private – que se vendia como a “UBS da nova geração”, fazendo menção ao gigante banco de investimentos suíço – afirmou que desde o seu lançamento em 2022 havia crescido 30% mês a mês e estava processando mais de US$ 4 milhões em pagamentos todo mês.
Na época do aporte, a empresa destacou como o seu foco está em uma parcela menor do público bancarizado, mas que tem o potencial de gastar dez ou doze vezes mais por serviços premium, comparado a outros neobancos que tem uma abordagem mais generalista. “Somos pequenos, mas atendemos um grupo demográfico muito diferente e que há uma maior disposição desse grupo demográfico para pagar por serviços premium”, afirmou Victor, um ano atrás.
Segundo uma fonte ligada à Onyx, questões regulatórias podem ter interferido nesta decisão. Entretanto, Victor rejeitou a alegação dizendo-nos que nenhuma questão regulatória fez com que a startup encerrasse suas operações bancárias diretas ao consumidor. “Foi uma decisão puramente estratégica que nos permitiu alavancar a base de instituições financeiras] existentes e utilizar a tecnologia que construímos para escalar de uma forma mais eficiente em termos de capital”, finalizou.