Fintech

No Nubank, próximo passo é ajudar outras empresas a ganharem clientes

Em evento da Bloomberg, David Vélez disse que parcerias permitirão que o Nubank expanda sua atuação para além dos serviços financeiros

David Velez, fundador e CEO do Nubank, no Bloomberg New Economy
David Velez, fundador e CEO do Nubank, no Bloomberg New Economy | Reprodução

A história de crescimento e escala do Nubank todo mundo já conhece. Mas o que vem depois de você conquistar 100 milhões de clientes? Há espaço para crescer no México, na Colômbia e mesmo outros países – sim, a Argentina está no radar, falamos dela na sequência. Mas com tanta “audiência”, um próximo passo de expansão parece ser fortalecer o posicionamento como marketplace, ajudando outras empresas a crescerem.

“Somos um gateway para 100 milhões de pessoas. Se tem alguém que quer conquistar um cliente, nós podemos ajudar” disse David Vélez, fundador e CEO do banco digital, durante o Bloomberg New Economy, evento realizado em São Paulo que terá a participação de Bill Gates no fim do dia.

Segundo ele, essa abordagem vai permitir que o Nubank expanda sua atuação para além dos serviços financeiros, diversificando suas fontes de receita – e consequentemente melhorando suas margens já que o trabalho envolve explorar uma base já estabelecida.

Hoje o Nubank tem o seu marketplace, o Shopping do Nu, onde são vendidos produtos como eletrodomésticos, eletrônicos, utensílios de cozinha, produtos de beleza e de cuidados pessoais. De acordo com a companhia, a página teve 255 milhões de visitas em 2023. Em encontro com a imprensa em maio, David disse que o Nubank tende a se tornar o maior site de comércio eletrônico da América Latina.

Em termos de resultado para a companhia, o fundador disse que ainda não é nada relevante, e que a estratégia está no início, mas que ela deve amadurecer ao longo dos próximos cinco anos.

Falando em caminhos de crescimento, David destacou a oportunidade dentro da própria base com a baixa penetração de serviços como crédito. Ele também comentou do México, que está muito atrás do Brasil em termos de uso de serviços financeiros, incluindo o cartão de crédito. A possibilidade de avançar para os EUA também foi abordada pelo tamanho da população latina no país (com potencial de consumo maior que o Brasil e o México somados), mas que a regulação por lá é muito forte, o que atrapalha de se planejar algo no momento.

Questionado sobre a Argentina, David disse que está olhando com atenção para o que está acontecendo no país e que as perspectivas são promissoras. “A velocidade da mudança está impressionando todo mundo. Todo mundo na América Latina está torcendo para o Milei ser bem-sucedido”, disse. Ele destacou, entretanto, que ainda é cedo para dizer se tudo o que está acontecendo no país dará certo e que é preciso esperar de 12 a 24 meses para as coisas se assentarem.