Fintech

Novos hábitos: 14% da Geração Z nunca sacaram dinheiro

Nubank. Foto: Divulgação
Nubank. Foto: Divulgação

A digitalização e democratização do acesso aos serviços financeiros estão mudando a forma como as pessoas lidam com dinheiro, gerando novas demandas e hábitos, especialmente entre os Millennials e a Geração Z. Os resultados foram obtidos por uma pesquisa conduzida pela Ipsos, encomendada pelo Nubank, que trouxe à tona insights sobre a forma como diferentes gerações na América Latina, em especial no Brasil, Colômbia e México, estão lidando com suas finanças.

A pesquisa destaca as diferenças entre as gerações no uso de produtos bancários tradicionais. Entre a Geração Z (18 a 25 anos), por exemplo, 14% nunca fizeram um saque em um caixa eletrônico, e 7% nunca visitaram uma agência bancária. Esse comportamento contrasta fortemente com as gerações mais velhas, como os Baby Boomers e a Geração X, que ainda dependem bastante dessas interações presenciais.

No entanto, um ponto de consenso entre todas as gerações é a adoção do Pix, que é utilizado de forma recorrente de forma generalizada no país.

No Brasil, 75% dos entrevistados usam o Pix regularmente, posicionando-o como o principal meio de pagamento, enquanto o cartão de crédito físico é o segundo produto financeiro mais utilizado (49%).

Em contrapartida, na Colômbia e no México, o dinheiro físico ainda prevalece, sendo utilizado por mais da metade dos entrevistados. Esses dados mostram um contraste interessante: enquanto o Brasil abraçou rapidamente os pagamentos digitais, seus vizinhos latino-americanos ainda dependem bastante do dinheiro em espécie.

Educação financeira

Um dos destaques do estudo é o aumento do interesse por educação financeira. No Brasil, 84% dos entrevistados afirmaram que estão buscando mais informações sobre o assunto. Na Colômbia, esse índice sobe ainda mais, atingindo 95%. Essa procura por conhecimento está fortemente concentrada entre os Millennials (26 a 40 anos), sendo a geração que mais buscou instrução financeira.

Curiosamente, mais de 50% dos Baby Boomers (acima de 60 anos) relataram nunca ter recebido qualquer tipo de educação financeira formal, enquanto essa lacuna diminui para 19% entre os Millennials, indicando que a educação financeira está se tornando mais acessível (e debatida) entre as gerações mais jovens.

Outro ponto relevante é o fato de que o hábito de poupar e investir é relativamente novo. No Brasil, metade dos entrevistados começou a investir ou poupar dinheiro apenas nos últimos dois anos, enquanto na Colômbia esse número é de 42%, e no México, 44%.

Ferramentas como as “Caixinhas” do Nubank, que permitem organizar os recursos de forma personalizada, têm se mostrado uma porta de entrada importante para os clientes no mundo dos investimentos. De acordo com os dados do Nubank, mais de 97% dos usuários que passaram a investir em produtos da instituição começaram com as Caixinhas. No Brasil, a principal categoria dessas Caixinhas é a “reserva de emergência”, utilizada por clientes de todas as faixas etárias e níveis de renda.

Planejamento

Os dados também indicam que, em termos de controle financeiro, os Millennials são os mais engajados com métodos de planejamento mensal. No Brasil, 42% deles utilizam aplicativos de bancos para monitorar suas finanças, enquanto 25% preferem utilizar planilhas eletrônicas, como o Excel.

Isso demonstra que essa geração está buscando soluções práticas e variadas para gerir seu dinheiro, desde aplicativos bancários até planilhas de controle. Além disso, 80% dos brasileiros entrevistados afirmaram que o simples fato de poderem acessar seu saldo pelo aplicativo do banco contribui significativamente para o planejamento e controle financeiro.

No quesito educação financeira, o estudo traz dados que reforçam a importância do acesso à informação. Entre as fontes mais utilizadas para aprender sobre finanças, destacam-se conteúdos digitais, como sites especializados, blogs, redes sociais e os próprios aplicativos dos bancos.

No Brasil, 39% dos entrevistados afirmaram buscar informações diretamente nos apps dos bancos, enquanto 25% recorrem às redes sociais. Curiosamente, a figura tradicional do gerente de banco perdeu relevância no país, com apenas 21% dos entrevistados considerando-o uma fonte relevante de orientação financeira.

Além disso, o estudo revela dados sobre a diversificação financeira. No Brasil, 66% dos entrevistados disseram que gostariam de receber recomendações de suas instituições financeiras sobre investimentos, um número que chega a 75% no México e 73% na Colômbia. Esse desejo reflete a crescente busca por ferramentas que ajudem os consumidores a não apenas gerenciar suas finanças diárias, mas também a planejar o futuro e construir uma base financeira sólida.

O estudo também aponta que o uso de serviços financeiros digitais está se expandindo para além das pessoas físicas. No Brasil, o número de clientes PJ (pessoa jurídica) mais que triplicou nos últimos cinco anos, passando de 3,4 milhões em 2018 para 11,6 milhões no final de 2023. O Nubank, por exemplo, já conta com 4,3 milhões de clientes PJ, e muitos estão utilizando as mesmas ferramentas, como as Caixinhas, para organizar o caixa de suas empresas.

Isso reflete uma tendência de digitalização e simplificação dos serviços para pequenas e médias empresas, que enfrentam menos burocracia e têm acesso a uma gama maior de produtos e serviços financeiros digitais.

Para as startups e fintechs, esse cenário representa uma oportunidade de se posicionar como facilitadoras do empoderamento financeiro, ajudando os clientes a alcançar maior controle sobre suas finanças e a tomar decisões mais informadas e consequentemente assertivas, sobre seu futuro financeiro.