Fintech

Nubank dá entrada em licença para operar como banco nos EUA

Objetivo é atender melhor clientes latinos já estabelecidos nos EUA e abrir espaço para, no futuro, conquistar público americano

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Nubank. Foto: Divulgação
Nubank. Foto: Divulgação

O Nubank deu mais um passo na sua estratégia de expansão global e decidiu atacar um mercado disputado pelas contas internacionais: os Estados Unidos. Com mais de 123 milhões de clientes entre Brasil, México e Colômbia, o Nubank entrou com um pedido de licença bancária nacional no país. Se concedida, a autorização permitirá que o roxinho atue oficialmente como banco no mercado norte-americano, oferecendo produtos como contas de depósito, cartões de crédito e empréstimos sob as mesmas regras aplicadas às instituições tradicionais do país.

“Hoje, nosso foco principal continua sendo gerar crescimento em nossos mercados atuais, onde seguimos observando amplas oportunidades de expansão. Ao mesmo tempo, a solicitação da licença de banco nacional nos EUA nos ajuda a atender melhor nossos clientes já estabelecidos no país e, no futuro, a nos conectar com pessoas que têm necessidades financeiras semelhantes e que poderiam se beneficiar de nossos produtos e serviços”, disse David Vélez, fundador e CEO da Nu Holdings, em comunicado.

A nova operação será uma subsidiária integral da Nu Holdings e terá Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank, como CEO local. A executiva já se mudou para os Estados Unidos para liderar o processo de estruturação e aprovação regulatória.

A governança também foi montada para dar peso ao pedido junto ao Escritório do Controlador da Moeda (do inglês Office of the Comptroller of the Currency — OCC) dos Estados Unidos. O conselho da subsidiária contará com Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central do Brasil, como chairman, além de nomes de peso como Brian Brooks, ex-Comptroller interino dos EUA, e Kelley Morrell, executiva com passagens pela Blackstone e pelo Tesouro americano. Completam o time a própria Cristina e Youssef Lahrech, ex-COO do Nubank.

A solicitação também contou com assessoria do Klaros Group e assessoria jurídica do Davis Polk & Wardwell LLP.

O Nubank é negociado na Bolsa de Nova York desde 2021. Apesar dos planos de expansão internacional, a maior parte da sua base de clientes ainda está no Brasil, onde estão mais de 100 mil dos clientes do banco.

Com a chegada ao mercado americano, o roxinho passa a ser mais uma opção para imigrantes brasileiros, mexicanos e colombianos no país, que costumam depender de startups de remessas e contas internacionais como Revolut, C6, Wise, entre outras.

A licença de banco nacional, porém, permitiria ao Nubank atuar como um banco tradicional no país, oferecendo mais possibilidades do que bancos e fintechs estrangeiros que apenas possuem filiais ou licenças mais limitadas para o mercado americano.

O caminho, no entanto, não deve ser simples. O processo de concessão de licença bancária nos Estados Unidos é conhecido por ser longo e rigoroso, exigindo capital robusto, governança sólida e forte alinhamento regulatório.

No segundo trimestre de 2024, a Nu Holdings reportou receita de US$ 3,7 bilhões, alta de 40% em relação ao ano anterior, com taxa de atividade acima de 83%. Além de cartões e contas digitais, o portfólio inclui empréstimos, seguros, investimentos, produtos para pequenas empresas e até serviços de telefonia móvel.