Diversificação

Nubank entra em telefonia celular com o NuCel

NuCel terá três planos pré-pagos: 15GB por R$45/mês, 20GB por R$55/mês e 35GB por R$75/mês em parceria com a Claro

Tela de contratação do NuCel, o serviço de telefonia celular do Nubank
Tela de contratação do NuCel, o serviço de telefonia celular do Nubank | Divulgação

Depois de alguns meses de especulações, o Nubank anunciou o lançamento de seu próprio serviço de telefonia celular, o NuCel. O anúncio foi feito durante evneto com a imprensa na sede da companhia em São Paulo.

O novo produto foi desenvolvido em parceria com a Claro no formato de operadora móvel de telefonia celular (MVNO) e no modelo de divisão de receitas entre as duas companhias. O acordo já foi homologado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O serviço será disponibilizado de forma gradual para os 95 milhões de clientes do Nubank no Brasil.

De acordo com Lívia Chanes, CEO do Nubank no Brasil, a escolha pela entrada na telefonia celular veio das reclamações dos clientes com falta de transparência e complexidade das ofertas disponíveis no mercado atualmente – características parecidas com as que motivaram o nascimento do Nubank em 2013. “Quase 60 milhões de pessoas trocam de celular por ano. É um mercado muito dinâmico, mas pessoas tendem a buscar soluções e não as encontram”, avaliou.

A nova oferta faz parte do plano do roxinho de expandir sua atuação para além da oferta de serviços financeiros. O banco digital já tinha o NuShopping e em maio colocou no ar o NuViagem, em parceria com a Hopper.

Na semana passada, durante evento da Bloomberg em São Paulo, David Vélez, fundador do roxinho, falou sobre essa expansão de ofertas, colocando o Nubank como uma plataforma para que outras empresas possam ganhar clientes se aproveitando da base da instituição.

Segundo Lívia, ainda não há planos de expandir a oferta de plano de telefonia para o México e a Colômbia, onde o Nubank também opera. “Eles estão em momentos diferentes e têm outras prioridades. Nosso foco é 100% no Brasil”, disse. A executiva não falou sobre investimentos na nova oferta, mas disse que o modelo de negócios do NuCel não traz preocupação e que o unit economics tem se mostrado saudável.

O NuCel terá três planos pré-pagos: 15GB por R$45/mês, 20GB por R$55/mês e 35GB por R$75/mês, com cobertura nacional, sem possibilidade de roaming fora do Brasil. O pagamento será feito com cobrança no cartão de crédito do Nubank e haverá a possibilidade de comprar pacotes extras. Clientes Ultravioleta e Nubank+ terão dados extras liberados automaticamente em caso de uso total da franquia.

Os planos incluem pacote de voz ilimitado com ligações locais e interurbanas, WhatsApp ilimitado para voz e vídeo, e acesso ilimitado ao aplicativo do Nubank. Eles também liberam acesso a um investimento com rendimento de 120% do CDI com liquidez diária para os valores depositados pelo cliente (com limite de até R$10 mil, e para recursos mantidos por pelo menos um ano).

A contratação de um plano será feita pelo próprio aplicativo do Nubank, e vai habilitar um chip virtual (eSim) no celular do cliente. Segundo Lívia, a opção por esse formato foi feita por uma escolha tecnológica, já que sua instalação é rápida e imediata. A tecnologia, no entanto, ainda não está tão difundida na base de celulares brasileira, o que poderia restringir o ritmo de adoção do serviço.

Lívia disse que o eSim não é algo de nicho e que “dezenas de milhões de clientes” do Nubank já contam com esse recurso em seus aparelhos. Então este não será um problema. Mas ela acrescentou que a oferta de um chip físico faz parte dos planos e é uma questão de tempo até que ele esteja no mercado.

O modelo de MVNOs nunca decolou no Brasil desde o seu nascimento há quase 20 anos. Das 5,5 milhões de linhas ativas nesse modelo, a maior parte é de dispositivos conectados, como caixas eletrônicos, maquininhas de cartão e vending machines. Na avaliação de Lívia, empresas que entraram nesse modelo no passado pecaram por não terem uma distribuição forte, o que o Nubank já tem.

Aliás, foi essa a leitura que a XP fez meses atrás ao avaliar o plano do Nubank em entrar no mercado de telefonia. Segundo um relatório da gestora, o roxinho tem potencial de ser um game changer (ou um “cisne roxo”, como disseram) no setor,  chegando a ter 7% dos usuários de telefonia móvel do país em três anos – com 11 milhões de clientes pré-pagos e 7,5 milhões de clientes pós-pagos.