Fintech

“Podem nos provocar à vontade”, diz Febraban a fintechs e bancos digitais

Isaac Sidney voltou a alfinetar os bancos digitais e fintechs, e afirmou que os bancos não vão sair de cena

Foto: Febraban
Foto: Febraban

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, voltou a alfinetar os novos entrantes do setor, como bancos digitais e fintechs, e afirmou que os bancos — pequenos, médios ou grandes — não vão sair de cena. “Podem nos provocar à vontade, mas nós somos transformacionais e geracionais”, afirmou.

A fala, que tem se repetido pelo menos desde 2021 em diversas declarações, fez parte do discurso de abertura, nesta terça-feira (27), da 33ª edição do Febraban Tech, tradicional evento de inovação e tecnologia no setor bancário que até 2021 se chamava Ciab.

Segundo ele, às vezes os bancos são qualificados pela concorrência recém-chegada como “bancos tradicionais” ou “bancões”, num discurso feito com “demérito” ou de forma “jocosa”. Na visão dele, esse tom revela que as instituições novatas não têm história.

“Alguns players da nossa indústria surgiram como se fosse do nada e acabam se intitulando modernos, mais baratos e inovadores. Nós, bancos, não nascemos agora e não atuamos fazendo marketing e publicidade”, disse.

Ele citou também que as instituições não têm vergonha de ser bancos. “Temos orgulho de ser o que sempre o que fomos. Se estamos aqui há 3 décadas, nesse evento, é porque estamos celebrando o que é caro para nós: inovação e modernidade”, afirmou Isaac.

Presença física

O presidente da Febraban ressaltou que, ao longo do tempo, os bancos firmaram presença física em todos os Estados brasileiros, um diferencial em relação aos novos entrantes. De acordo com ele, as instituições somam 180 milhões de clientes por todo o país, cerca de meio milhão de bancários e 18 mil agências físicas. “Temos como acolher os brasileiros em nossas agências. Não estamos apenas no 0800 e nos links e apps dos players digitais.”

Isaac mencionou, ainda, a atuação dos bancos durante a pandemia de covid-19. De acordo com ele, no período mais crítico, as instituições concederam em torno de R$ 10 trilhões em empréstimos. “Enquanto a economia despencava, os bancos confiaram nas famílias e empresas. Demos volumes inéditos e expressivos de crédito.”

Custo do crédito

Num momento em que são discutidas mudanças nos juros do rotativo do cartão de crédito, Isaac também disse que é necessário “urgentemente baratear o custo do crédito”. Na avaliação dele, isso não é feito apenas “com vontade”, e sim atacando as causas estruturantes do custo da intermediação financeira.

“Quando nós procuramos saídas alternativas para problemas conhecidos, entramos no atalho e isso já experimentamos, e sabemos que é comprovadamente ineficaz. Ir contra a racionalidade econômica é repetir erros do passado.”

O vídeo da abertura, que contou com a participação dos presidentes dos maiores bancos do país, está disponível na íntegra no canal da Febraban no YouTube.