Fintech

Prestes a se tornar banco B2B, Zemo Bank capta R$ 2M com Bertha

Fintech de pagamentos e crédito para fornecedores de grandes empresas quer dar próximo passo no mercado e competir com nomes como Stark Bank

Matheus Montini e Gabriel São Pedro, fundadores da Zemo Bank. Foto: divulgação
Matheus Montini e Gabriel São Pedro, fundadores da Zemo Bank. Foto: divulgação

A Zemo Bank, fintech B2B de soluções financeiras para pagamentos e fluxo de caixa para fornecedores de grandes empresas, anunciou uma rodada de R$ 2 milhões levantada com a Bertha Capital. Segundo a empresa, o dinheiro chega em um momento decisivo para o crescimento da startup, que está se preparando para se tornar de fato uma instituição bancária.

Segundo destacou a Zemo em nota, o aporte servirá para fortalecer a presença da companhia no disputado mercado de bancos B2B – onde nomes “pesados” como Cora e Stark Bank competem. De acordo com a fintech, a injeção de capital ampliará sua capacidade tecnológica e de infraestrutura financeira para competir nesse segmento.

Entre os principais serviços do Zemo Bank estão transações financeira de alta volumentria entre grandes empresas e fornecedores – tanto em Pix quanto boletos – pagadoria (split de comissionamento), pagamentos em lote, e integração com sistemas ERP. Apesar de não abrir nomes de clientes, a companhia destacou que ultrapassou a barreira de R$ 1 bilhão em transações no primeiro semestre deste ano.

De olho nos fornecedores de grandes corporações como público-alvo, a empresa mira um mercado potencial de R$ 85 bilhões anualmente. “Dentro desse volume, podemos estimar R$ 15 bilhões por ano antecipados com seus fornecedores, e o Zemo Bank pode capturar até 1% desse volume, com potencial de ganho de R$ 153 milhões anuais”, aponta o CEO da Zemo, Matheus Montini.

Por falar em mercado potencial, a fintech está se preparando para de fato se tornar um neobanco B2B, pois está em processo de obter a licença de Sociedade de Crédito Direto (SCD) junto ao Banco Central.

Isso permitirá que a empresa atue diretamente como banco, com agência, conta própria e participação no sistema Pix, o que reduz expressivamente os custos de transação e posiciona a fintech como um como player consolidado no Sistema Financeiro Nacional.

“O aporte da Bertha veio na melhor hora, pois o produto em que mais apostamos tem um ciclo de venda muito longo, mais do que o previsto inicialmente, inclusive; o que compromete o nosso fluxo de caixa”, conta Matheus, em nota. “O aporte também ajuda na consolidação do Zemo no mercado, sem contar a experiência que os sócios fundadores da Bertha agregam à nossa jornada.”

O CEO conta ainda que está nos planos do Zemo Bank uma maior automatização da operação, para que a estrutura continue enxuta e a jornada do cliente seja rápida e fluida. A implementação de inteligência artificial para análise de risco também vem sendo estudada pela startup, assim como a criação de um fundo próprio.

Na visão de Rafael Moreira, CEO da Bertha Capital, o Zemo Bank tem potencial de transformar o mercado financeiro digital ao possibilitar transações de alta volumetria com controle em tempo real, algo essencial para corporações que movimentam bilhões de reais anualmente.

“Esse aporte faz parte da nossa visão de longo prazo para o setor de fintechs. Não estamos apenas investindo em empresas, mas em parceiros estratégicos que têm capacidade de escalar e otimizar a cadeia de valor das corporações”, finaliza.