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Quer queimar US$ 1 bilhão? A Klarna te ensina!

Apesar de perdas líquidas de US$ 545 mi só na parte de crédito, fintech de BNPL espera retomar a lucratividade em 2023

Klarna
Klarna. Crédito: divulgação

Uma das fintechs mais badaladas – e financiadas – do planeta, a Klarna anunciou seus resultados para o último trimestre de 2022, mostrando que até na hora do prejuízo ela causa impacto. A companhia anunciou que ficou no vermelho em mais de US$ 1 bilhão em 2022. Mas nem por isso perdeu o otimismo.

Pelo menos foi o que afirmou o CEO da companhia sueca, Sebastan Siemiatkowski, em comunicado. Segundo ele, a startup de Buy Now Pay Later continua a ampliar sua base de usuários, atingindo a marca de 34 milhões nos Estados Unidos. Além disso, ele afirmou que a companhia fechou contratos com sites e plataformas de pagamento populares como Booking.com, Fossil Group, Groupon, Instacart e Samsung, algo visto como potenciais aceleradores de receita para os próximos trimestres.

Em termos globais, a fintech acumula cerca de 150 milhões de consumidores, e movimentou aproximadamente US$ 83 bilhões em compras por meio de seus serviços. Em termos de receita bruta, a startup registrou US$ 1,8 bilhão em 2022.

A Klarna disse que reforçou sua subscrição, reduzindo as taxas de perda de crédito em 37% em 2022 em comparação com 2021. Por outro lado, suas perdas líquidas de crédito no ano foram de impressionantes US$ 545 milhões, mostrando como o mercado de BNPL pode ser brutalmente cash intensive – o termo utilizado para modelos de negócio que precisam de “gordas” captações de dinheiro para se sustentar.

Para não assustar demais, a empresa pontuou que melhorou em 22% seu índice de perda de crédito no segundo semestre, mesmo período em que levantou uma rodada generosa de US$ 650 milhões junto à Sequoia Capital, que saiu às custas de um corte violento no seu valuation. Para o aporte, a startup reduziu a sua avaliação de mercado de US$ 46 bilhões para US$ 6,5 bilhões.

Apesar dos números intimidantes em crédito perdido, a empresa não perdeu sua compostura. No relatório, ela afirmou que a meta agora é retornar à lucratividade até o meio deste ano. Para isso, a companhia já enxugou custos, incluindo aí cortes em sua força de trabalho – no segundo semestre de 22 a companhia demitiu 10% do seu quadro de 7 mil funcionários.

Além disso, a fintech está investindo em novas fontes de receita, incluindo ferramentas de conexão entre compradores e lojistas, uma carteira própria de pagamentos, uma solução de gestão de finanças in-app e outros produtos.