Não foram poucas as vezes em que o neobanco britânico Revolut foi comparado com o Nubank. E agora um novo fato relevante chega pra fazer o paralelo. A fintech divulgou um novo valuation de US$ 45 bilhões, resultado de uma venda de equity no mercado secundário, com investidores novos e já existentes, incluindo nomes como Coatue, Tiger Global e D1 Capital.
O anúncio da nova avaliação se deu no rastro de uma nova autorização recebida pelo neobanco, que agora vai operar sob uma licença bancária própria em mercados como o Reino Unido e México, onde vai competir com – ele mesmo – o Nubank.
Com o novo valor de mercado, o Revolut diminui a distância em relação ao roxinho, que segundo últimos dados de mercado, está na casa dos US$ 63 bilhões, e maior do que o valor que o Nubank atingiu quando fez o seu IPO em 2021. Na época, o neobanco brasileiro abriu no mercado com um valuation de US$ 42 bilhões.
O Revolut levantou cerca de US$ 1,7 bilhão desde seu início, e a rodada mais recente foi uma Série E de US$ 800 milhões em 2021, o que lhe deu uma avaliação post-money de US$ 33 bilhões. Nos anos seguintes e em um cenário de crise econômica global, a avaliação do Revolut supostamente caiu em vários momentos. A especulação no ano passado foi que ela pode ter caído para cerca de US$ 20 bilhões.
A Revolut ainda é uma empresa privada, ou seja, os valuations ainda são estimados. Entretanto, a companhia vem num ritmo acelerado nos últimos 12 meses, e subiu a sua contagem de clientes globais para cerca de 45 milhões (bem abaixo dos mais de 100 milhões do Nubank), o que colocou a companhia em um patamar de valuation acima de US$ 40 bilhões, o que se confirmou agora.
O neobanco encerrou 2023 com uma receita de US$ 2,2 bilhões – o dobro do patamar registrado no ano anterior, que foi de US$ 1,1 bilhão. Apesar de ter uma presença ainda discreta no Brasil, a companhia não revelou números específicos sobre a operação por aqui.
Entretanto, com o novo valuation e os números financeiros revitalizados, o assunto do IPO volta a ficar forte para o Revolut. Segundo analistas, o neobanco tem grande potencial de sucesso caso escolha abrir suas ações nos Estados Unidos. Por outro lado, o governo britânico, em uma tentativa de fortalecer a bolsa local, quer manter o IPO em casa.
De qualquer forma, quem está feliz com tudo isso é o CEO do Revolut, Nik Storonsky. “É o trabalho duro, a inovação e a dedicação deles que nos levaram a nos tornar a empresa de tecnologia privada mais valiosa da Europa”, disse Nik, em um comunicado.