A Revolut acaba de dar um passo decisivo em sua estratégia de expansão nas Américas. A fintech global, que já soma mais de 65 milhões de clientes, recebeu a aprovação da Comissão Nacional Bancária e de Valores (CNBV), com o aval do Banco do México, para operar como uma Instituição de Banca Múltipla no país.
Com o sinal verde, a Revolut passa a funcionar como um banco totalmente regulamentado, podendo oferecer uma gama mais ampla de serviços financeiros. Os depósitos dos clientes estarão protegidos pelo Instituto para la Protección al Ahorro Bancario (IPAB), com cobertura de até cerca de 3,4 milhões de pesos mexicanos, o equivalente a mais de R$ 1 milhão.
Juan Miguel Guerra, CEO da Revolut no México, destacou que a aprovação representa um voto de confiança das autoridades e uma oportunidade para aumentar a concorrência no setor. “Adaptamos nosso aplicativo para atender clientes mexicanos dentro e fora do país, e isto é apenas o começo. Continuaremos a lançar produtos para atender a todas as necessidades em um só lugar”, afirma, em nota oficial.
Nubank vs Revolut
A estreia da startup britânica no México adiciona um novo capítulo à rivalidade crescente com o Nubank. As duas fintechs, que nasceram com a proposta de democratizar acesso aos serviços financeiros e transformar a maneira como as pessoas gerenciam seu dinheiro, agora caminham para disputar espaço entre si em mercados-chave.
O Brasil se tornou um ponto de convergência: enquanto a Revolut intensifica contratações e investimentos locais, o Nubank já consolidou sua liderança como o maior banco digital da região, com mais de 100 milhões de clientes. Agora, o embate se estende ao México (território estratégico para a expansão latino-americana e onde o Nubank já opera) e, em breve, pode avançar para o mercado norte-americano.
Em setembro de 2025, o Nubank solicitou uma licença de banco nacional ao Office of the Comptroller of the Currency (OCC), movimento que sinaliza sua ambição de evoluir de uma operação regional para uma plataforma financeira global. Já a Revolut, com base consolidada na Europa e presença crescente nos Estados Unidos, avalia se deve adquirir um banco dos EUA para acelerar sua expansão ou solicitar sua própria licença bancária no país, segundo informou a Reuters no último mês.
Com modelos de negócio que compartilham a busca por escala e eficiência digital, mas adotam estratégias distintas – o Nubank priorizando a expansão na América Latina e a Revolut apostando em uma presença global -, o cenário aponta para uma competição não apenas por clientes, mas também por quem definirá o ritmo da nova geração de bancos digitais nos próximos anos.
Além de México, Brasil e Estados Unidos, a Revolut tem movimentos em andamento na Colômbia e na Argentina. A estratégia é consolidar uma rede de serviços digitais integrada e regulamentada em toda a região.