Revolut é o maior banco digital do Reino Unido. Foto: Divulgação
Revolut é o maior banco digital do Reino Unido. Foto: Divulgação

A Revolut, fintech mais valiosa da Europa, enfrenta novo impasse para obter a licença bancária completa no Reino Unido. Segundo reportagens do Financial Times e da Reuters, o processo está sendo retardado por preocupações do Banco da Inglaterra quanto à capacidade da empresa de manter controles de risco adequados frente ao seu rápido crescimento internacional.

A Revolut recebeu uma licença bancária parcial em 2024, permitindo que a fintech atue no Reino Unido, mas com restrições. Durante essa “fase de mobilização”, a empresa ainda não pode oferecer todos os produtos de crédito típicos de um banco, mas continua operando enquanto se prepara para obter a licença completa.

Fontes ouvidas pelo Financial Times afirmam que a Autoridade de Regulação Prudencial (PRA), vinculada ao Banco da Inglaterra, tem solicitado garantias de que a fintech fortalecerá sua infraestrutura de gestão de riscos antes de avançar para a licença definitiva. A revisão abrange não apenas as operações no Reino Unido, mas também suas atividades internacionais.

Em comunicado divulgado em julho, a Revolut afirmou estar “progredindo pelas etapas finais da mobilização” e destacou que, devido à sua escala global, este é “o maior e mais complexo processo de mobilização já conduzido no Reino Unido”. A empresa reforçou que o rigor na revisão regulatória é esperado e que “acertar os detalhes é mais importante do que cumprir uma data específica”.

O Banco da Inglaterra, por sua vez, declarou que não comenta casos individuais.

Vai e vem

Em setembro de 2025, o cofundador e CEO da Revolut, Nik Storonsky, reafirmou o compromisso de expandir a atuação da empresa em seu país de origem. Durante a inauguração do novo HQ global, em Londres, a fintech anunciou o plano de investir 3 bilhões de libras (mais de R$ 21 bilhões) no Reino Unido, reforçando sua posição como o maior banco digital da região.

Storonsky destacou que a principal prioridade da companhia é conquistar a licença bancária britânica, necessária para administrar depósitos de clientes e ampliar a oferta de produtos de crédito.

No mesmo período, o jornal britânico The Guardian revelou que a liderança da Revolut estaria frustrada com a demora dos reguladores em conceder a licença bancária completa.

Apesar dos impasses, executivos da fintech seguem otimistas e esperam que a autorização final seja concedida ainda em 2025, segundo reportagem recente do Financial Times.

Expansão global

Atualmente, a Revolut possui 65 milhões de clientes em cerca de 40 países. Além dos investimentos no Reino Unido, a fintech está destinando US$ 13 bilhões (mais de R$ 75 bilhões) globalmente, com o objetivo de alcançar 100 milhões de usuários até 2027 e expandir sua presença para mais de 30 novos mercados até 2030.

No Brasil, a Revolut desembarcou em maio de 2023 com licença de Sociedade de Crédito Direto (SCD). A operação começou com serviços cross-border e, desde então, passou a incluir produtos locais como Pix, boletos e pagamentos do dia a dia. Agora, a fintech avança rumo a uma oferta completa, incorporando investimentos, crédito e novos serviços financeiros.

O principal rival da Revolut no país é o Nubank. Avaliada em US$ 48 bilhões em março de 2025, a britânica se aproximou do neobanco brasileiro, cuja capitalização de mercado no mesmo período era de cerca de US$ 48,2 bilhões.Recentemente, a Revolut realizou uma venda de ações que elevou seu valuation em dois terços, para US$ 75 bilhões.