Fintech

Viagens, telecom e crédito: o que a Nomad está "aprontando"?

Fintech de conta internacional lança eSim e agência de viagens - e o cartão de crédito deve chegar até o fim do ano

Nomad Trips é uma das novas apostas da fintech para seu ecossistema. Foto: divulgação.
Nomad Trips é uma das novas apostas da fintech para seu ecossistema. Foto: divulgação.

Conta em dólar e cartão de débito é só o começo para a Nomad. A fintech aos poucos está expandindo a sua estratégia de negócios, com um ecossistema de produtos voltado a clientes que viajam ou querem viajar para o exterior – e aí entram soluções como agência de viagens, chip de telefonia e cartão de crédito.

Os anuncios mais recentes da companhia são a Nomad Trips, plataforma de ofertas de viagens baseada em IA e o Nomad Chip, eSIM virtual e internacional que tem como objetivo atender os clientes da fintech em suas viagens para diversos destinos nos EUA, Europa e América Latina.

Segundo Lucas Vargas, cofundador e CEO da Nomad, o plano com os novos produtos é o de potencializar a conveniência e economia oferecida aos mais de 2 milhões de clientes que a fintech já possui – mas também como novos atrativos na hora de adquirir clientes.

“Essas soluções mostram o quanto somos dedicados a inovar com soluções que fazem a experiência que os clientes têm dentro da Nomad ser única”, pontua Lucas, com exclusividade para o Startups.

“Ambos produtos funcionam como uma porta de entrada para quem ainda não é cliente conhecer e apostar na Nomad ao longo de toda a sua jornada internacional. O Nomad Trips, por exemplo, pode ter reservas de viagens feitas por qualquer pessoa que está planejando uma viagem, mas oferece vantagens exclusivas para quem é cliente”, explica o CEO.

Por falar em Nomad Trips, a fintech descreve a nova oferta como um novo tipo de agência de viagens, ampliando a participação da Nomad no plano de quem deseja viajar para o exterior. “Antes, estávamos presentes para facilitar a vida financeira global dos clientes quando viajavam. Agora, também estamos presentes desde o início desse planejamento”, explica Lucas.

Lucas Vargas e Patrick Sigrist, fundadores da Nomad
Patrick Sigrist e Lucas Vargas, fundadores da Nomad (Crédito: divulgação)

Segundo o CEO, a companhia tem a expectativa que ela também se estabeleça como uma fonte adicional de receita para a fintech. Contudo, nesta fase inicial o foco é em agregar valor à experiência dos clientes. “Nossa prioridade no momento é promover e otimizar a ferramenta”, afirma.

A nova divisão vem no rastro de uma contratação recente da companhia. Em abril ela trouxe Andrea Mattei como diretor da área de Shop & Travel.

Quanto ao Nomad Chip, produto de telefonia desenvolvido em parceria com a provedora internacional eSIM, ele também é visto como uma nova fonte de receita: todos os clientes tem acesso a opções de chips, com diferentes franquias, mas com opções de compra e recarga durante as viagens.

Além disso, segundo Lucas, o Nomad Chip será adicionado como vantagem dentro do programa de fidelidade dos cartões da companhia, o Nomad Pass. “[O chip] oferece mais conectividade e vantagens de acordo com o nível que os usuários ocupam no Nomad Pass, podendo chegar a internet ilimitada para todos os clientes no nível 5”, destaca.

O cartão de crédito vem aí?

Atualmente a Nomad já conta com cerca de 2 milhões de clientes utilizando sua conta corrente internacional e o cartão de débito, mas a companhia já está colocando “na rua” seu esperado cartão de crédito – o Nomad Explorer – que foi anunciado este ano.

Segundo Lucas, o cartão já está está sendo emitido em parceria com a Visa Infinite – parceira recente da fintech, pois até o fim do ano passado os cartões de débito ainda vinham com a bandeira Mastercard. Entretanto, a novidade ainda está em fase de pré-lançamento com uma base restrita de clientes, a fim de testar e otimizar a solução.

Entretanto, segundo o CEO, não vai levar muito tempo para o Explorer ser lançado. “Até o final deste ano, será disponibilizado a todos os interessados”, crava o executivo, acrescentando que o produto será um “marco” para o ecossistema da Nomad.

“Ele oferece uma proposta de valor forte que nos diferencia ainda mais em relação à concorrência. É justamente esse ecossistema de soluções pensadas para simplificar e potencializar a vida financeira internacional dos brasileiros que segue impulsionando o nosso crescimento”, avalia.

A Nomad não abre seus números de crescimento, mas segundo o CEO, a expectativa da fintech este ano é de dobrar de tamanho em relação a 2023. “O nosso market share também cresce rápido e de forma sustentável – recentemente batemos a marca de 2 milhões de clientes ativos e queremos encerrar 2024 na casa dos 2.5 milhões”, destaca.

Quanto a dinheiro no caixa para estas novas ofertas, a Nomad fez no ano passado a sua maior rodada, uma série B de US$ 60 milhões (cerca de R$ 300 milhões), liderada pela Tiger Global, com o follow on dos atuais investidores Stripes, Monashees, Spark Capital, Propel, Globo Ventures e Abstract.