Painel de abertura da fisweek25 | Foto: Divulgação
Painel de abertura da fisweek25 | Foto: Divulgação

Healthtechs, governos, reguladores, academia e os principais players do segmento de Saúde se reúnem entre esta quarta e sexta-feira (5 a 7 de novembro) no evento fisweek25, que tem buscado se consolidar como o “grande momento” desse mercado todos os anos. A edição de 2025 bateu recorde de público, com 11.500 inscritos, superando a expectativa inicial de 10 mil participantes.

“A gente tinha uma expectativa de público de 8 mil pessoas, com uma meta otimista de 10 mil. Na segunda-feira, a gente já tinha atingido os 10 mil. E ontem a gente atingiu 11 mil inscritos. Tem muita gente de fora do Rio, de estados como Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, o que mostra que o evento é de fato nacional. Este ano está sendo a consolidação da fisweek como o evento de inovação do setor de Saúde”, afirma Manuela Melo, CEO da fisweek25, em entrevista ao Startups.

A executiva afirma que, embora o segmento de Saúde tenha eventos importantes no seu calendário, como congressos das especialidades médicas, havia uma demanda por um encontro que focasse em tendências, tecnologia e inovação.

“Existem eventos gerais de inovação no Rio, como o Web Summit e a Rio Innovation Week, mas faltava um espaço para inovação focada em saúde. Nós estamos trazendo essa inovação de forma bem ampla, falando de tecnologia e empreendedorismo a marketing e branding”, aponta a CEO.

Entre os temas abordados pelos painéis da fisweek25 estão inteligência artificial, digitalização do mercado de saúde, cannabis medicinal, criação de conteúdo, longevidade e bem-estar, entre muitos outros. Mais de 180 startups estão participando do evento.

Do Rio para o Brasil

A fisweek25 é organizada pela Iniciativa FIS, comunidade do ecossistema de saúde fundada em 2017 e com sede no Rio de Janeiro. A edição do ano passado do evento havia reunido cerca de 7 mil pessoas.

Durante a abertura da fisweek25, Rodrigo Vilar, CEO e co-fundador da Iniciativa FIS, destacou a importância do evento para a conexão de todas as pontas do mercado e para a consolidação do Rio como um destino para o turismo de negócios.

“O Rio de Janeiro tem potencial para grandes eventos, apesar do susto que levamos na semana passada”, disse ele, referindo-se à megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão. “Muitas pessoas ficaram receosas de vir à cidade. O príncipe William ajudou bastante”, brincou Rodrigo.

Nesta semana, além da fisweek25, a cidade do Rio recebeu eventos da pré-COP30, como o Fórum de Líderes Locais da COP30, e o Earthshot Prize, premiação ambiental criada pelo Príncipe William.

Carlo Caiado, presidente da Câmara de Vereadores, também destacou o potencial do Rio para o turismo de negócios e a importância de o poder público dar garantias para a iniciativa privada investir e empreender na cidade. “Ver esse centro de convenções lotado é motivo de muita empolgação. É a prova de que o Rio pode ser tão forte no turismo de negócios quanto São Paulo”, disse.

Representando o prefeito Eduardo Paes, o presidente da Invest.Rio, Sidney Levy também participou da mesa de abertura do evento, destacando a importância da inovação para o desenvolvimento econômico sustentável. Ele citou o prêmio Nobel de Economia deste ano.

“O prêmio reconheceu pesquisas que mostram que sociedades com crescimento econômico sustentável são aquelas que investem em inovação. O tripé para isso são pessoas e empresas que investem em inovação; um sistema de governo regulatório que não atrapalha; e uma sociedade que aceita bem a inovação. Eu acredito que o Rio tem todas essas características”, afirmou Sidney Levy.

O presidente da Invest.Rio também falou sobre as iniciativas da prefeitura para fomentar a inovação. Entre elas, o projeto Rio AI City, com o maior parque de data centers da América do Sul.

“Acredito que até o final deste ano vamos assinar contratos que garantem os investimentos que são da ordem de bilhões de dólares. Assinamos acordo com a Nvidia e Oracle e estamos posicionados para fazer o que a política pública pode fazer, que é ajudar os empreendedores a construírem aqui os seus centros de desenvolvimento de tecnologia. Inovação nasce da soma dessas ideias, da acomodação de todos os interesses. A prefeitura está aqui para ajudar. Nós temos os componentes do bolo, ainda não temos o bolo”, disse.

Agnaldo Dantas, analista técnico da unidade de Inovação do Sebrae Nacional, destacou a atuação da entidade junto a startups e pesquisadores, e não apenas de empresas tradicionais da comércios e serviços. “Saúde e agronegócio são preponderantes no nosso ambiente acadêmico e o Sebrae tem ajudado esses pesquisadores a chegar ao mercado por meio do programa Catalisa ICT. Inovação é trazer uma solução para uma dor da sociedade, com crescimento para o país, e é isso que temos buscado alcançar”, afirmou.