O tão aguardado IPO do Nubank está acontecendo de fato. O neobank deu entrada nos pedidos de listagem de suas ações nos EUA e no Brasil. A informação foi divulgada pela própria companhia em comunicado em seu site publicado hoje.
No material, o processo é apresentado de trás para a frente. Na carta assinada por Guilherme Lago, diretor financeiro da companhia, ela fala do pedido feito pela Nu Holdings, sua controladora indireta, à CVM para oferecer seus recibos de depósito de ações patrocinadas (as famosas BDRs) de nível 3 no Brasil.
Na sequência, vem a informação mais interessante: “O protocolo acima mencionado se insere no contexto da oferta pública global projetada pela Companhia, que inclui o protocolo, também já realizado, da minuta do formulário F-1 (Form F-1) da Companhia perante a U.S. Securities and Exchange Commission (“SEC”)”.
Ou seja, as coisas estão caminhando. Mas como ambos os pedidos foram feitos de forma confidencial, ainda não dá para ter ideia do que o neobank está apresentando ao mercado.
O Startups apurou que a expectativa da companhia é começar o processo de apresentações para o mercado entre a 1ª e a 2ª semana de novembro. Há também um estudo sobre a possibilidade de oferecer ações aos clientes – provavelmente via BDRs. Ainda não há, no entanto, um consenso sobre como seria essa mecânica e qual seria a régua para definir quais clientes estariam elegíveis.
A ação estaria alinhada à recente incursão do Nubank do mundo dos investimentos com a comprada da Easynvest, que foi transformada em Nu Invest. Recentemente, a companhia também lançou a campanha de educação sobre investimento “Donos do pedaço”, que tem entre seus motes a pergunta: “Já imaginou ter um pedacinho daquela empresa em que você acredita? Pois isso é investir na Bolsa”.
A expectativa é que o Nubank possa levantar mais de US$ 3 bilhões em sua oferta. O intervalor de valor da empresa têm variado bastante, com gente falando em algo entre US$ 75 bilhões e US$ 100 bilhões. Mas a faixa parece alta demais. Quando a companhia anunciou a extensão de sua série G, em junho, a conta era que o valor do IPO poderia ficar na casa dos US$ 40 bilhões. Com recentes movimentos como a incorporação da Easynvest, a compra de uma fatia na Creditas entre outros, um número entre US$ 60 bilhões e US$ 70 bilhões parece mais factível porque daria espaço para a valorização de 30% (o chamado pop) que normalmente acontece em IPOs muito esperados, como aconteceu com a Coinbase.