Food delivery

Justo interrompe operações no Brasil

Depois de três anos no país, startup mexicana anunciou que vai "dar uma pausa" no mercado brasileiro a partir de dezembro

Justo encerra operações no Brasil. Foto: divulgação
Justo encerra operações no Brasil. Foto: divulgação

Mais um nome para a lista de players de delivery que pararam suas operações no Brasil. Quem fechou as portas desta vez foi o Justo, startup mexicana de entrega de supermercado que estava no país há três anos.

O anúncio chegou na forma de uma carta ao mercado, onde a companhia afirmou que “fará uma pausa” em suas operações no Brasil, valendo a partir do dia 15 de dezembro.

“Esta decisão não foi fácil, pois estamos cientes do impacto positivo que tivemos no mercado e na experiência dos nossos clientes, oferecendo um serviço de supermercado online de altíssima qualidade, impulsionado pela inovação, tecnologia e frescor”, destacou a Justo em nota.

O curioso é que a notícia chega menos de um mês depois da companhia anunciar uma nova captação, levantando US$ 50 milhões em uma série C liderada pela General Atlantic, com mais US$ 20 milhões em dívida com o HSBC México.

Apesar da rodada ter sido divulgada como uma medida para priorizar o crescimento da empresa no mercado mexicano, o country manager da Justo no Brasil, João Carlessi, divulgou com exclusividade para o Startups que o aporte teria reflexos no Brasil, especialmente na parte tecnológica.

A interrupção das operações no Brasil veio menos de seis após a nomeação do country manager, que foi promovido com a missão de acelerar a companhia, que no último ano tinha apostado em parcerias para ampliar seu market share. Em junho deste ano, o Justo passou a fazer parte do programa de fidelidade da LATAM. E, no fim do ano passado, havia anunciado uma parceria com o iFood.

Contudo, parece que o mercado mexicano se tornou a prioridade total da empresa, pelo menos no momento. O país responde por mais de dois terços da receita da companhia, e segundo destacou o CEO Ricardo Weder, a meta por lá em 100% em 2024.

Quanto à pausa no Brasil, a companhia não deu nenhuma previsão de quando as atividades poderão ser retomadas por aqui. O Startups procurou o country manager da Justo no Brasil para saber mais sobre a decisão, mas não obteve resposta até a hora de publicação desta notícia.

“Agradecemos profundamente a parceria ao longo dos últimos anos, e temos certeza que em breve voltaremos com a nossa missão de ser o supermercado favorito dos brasileiros”, disse a companhia em nota.

Apesar do anúncio ser mais um “até logo” do que um adeus, a decisão do Justo se soma a outras saídas de startups de entrega de alimentos no mercado brazuca – um exemplo foi o da colombiana Merqueo.

Por outro lado, teve empresa que fez o movimento inverso: foi o caso da Daki, que saiu do mercado mexicano e dos EUA para concentrar esforços no Brasil. De um ano pra cá, a companhia fez duas novas captações – uma em dinheiro e outra em media for equity. Além disso, a startup firmou uma parceria com o iFood para ser um dos supermercado oficiais na plataforma, uma estratégia válida para ampliar o alcance de seu serviço para os cerca de 55 milhões de clientes da plataforma.

Quem também se aliou com o iFood foi a Shopper. No começo de novembro, o iFood se tornou acionista minoritário do supermercado online, liderando uma rodada de R$ 150 milhões ao lado do GIC e da Minerva.