A cachaça é um patrimônio brasileiro, e se depender dos investidores da Degusto, o plano é expandir isso para o mundo. A foodtech especializada em cachaças, licores e bebidas aperitivas concluiu com sucesso sua primeira rodada de captação, levantando R$ 840 mil em uma rodada aberta na plataforma da EqSeed.
O valor captado no crowdfunding superou a meta inicial de R$ 720 mil em 16%, atraindo 63 investidores. Com a captação, a foodtech planeja desenvolver novos produtos, fortalecer suas equipes de vendas e marketing, com foco em cidades estratégicas como Rio de Janeiro e São Paulo, e aumentar sua participação em feiras internacionais, explorando oportunidades de exportação.
Nos últimos 12 meses, a Degusto chegou a R$ 1,1 milhão em faturamento, e nos primeiros quatro meses deste ano já faturou quatro vezes mais do que o mesmo período no ano passado. Apesar dos números ainda modestos, a empresa mira um mercado potencial de bilhões.
“O mercado nacional de destilados movimenta R$ 26 bilhões, e a cachaça representa R$ 7,4 bilhões desse montante. Com apenas 2% da cachaça produzida no país sendo exportada, mercado de US$ 40 bilhões, há um enorme potencial de crescimento e expansão para a bebida brasileira no mercado global”, destacou a companhia, em nota.
Segundo Igor Monteiro, CEO da EqSeed, a tese da Degusto atraiu em cheio os investidores, com uma proposta que visa popularizar a cachaça para audiências variadas. “Com produtos que atendem a diferentes públicos, a empresa já opera em breakeven e cresceu expressivamente nos últimos anos, quadruplicando sua receita entre 2021 e 2023”, avalia.
Fundada em 2020 por Gabriel Collares e Leonardo Gama, atualmente a Degusto possui três marcas: Quero Chuva, Cabra Lab e Cafuné, todas criações próprias e com diferentes propostas.
A linha “Quero Chuva” é focada em coquetelaria, a Cabra Lab é um licor de café destinado a consumidores sofisticados e amantes de coquetéis. Já a Cafuné é uma cachaça tradicional, voltada para bares e restaurantes que atendem a um público mais familiarizado com a autenticidade da bebida.
Com esta estratégia diversificada, a Degusto também se posicionou de diferentes formas no mercado, com rótulos como a Quero Chuva posicionada tanto em bares quanto no varejo, e o plano é aumentar essa presença geograficamente.
“Nosso foco está em expandir nossa presença, inicialmente no Sudeste e, em seguida, para todo o Brasil, através de distribuidores locais alinhados com nossa marca,” destaca Gabriel Collares.
Bebidas e crowdfunding
Para startups de bebidas, o crowdfunding se tornou uma valiosa opção na hora de captar investimentos. Além da Degusto, outra marca que fez isso nos últimos tempos foi a Lovin’ Wine, uma das marcas pioneiras do país no segmento de vinhos em lata, que captou no começo deste ano R$ 1,25 milhão na plataforma da Captable. Foi a terceira da startup, que no total levantou R$ 5,5 milhões em rodadas abertas.
Com uma proposta de popularizar o vinho como uma bebida mais informal no Brasil, a companhia quer chegar a uma receita de R$ 9 milhões em 2025 – quase 30% de crescimento em relação a 2024.
As vendas da empresa começaram de forma 100% online, mas hoje ocorrem também em pontos físicos. Um dos principais canais atualmente são lojas de conveniência de condomínios, que foram um “game changer” para a marca. Em uma recente edição do podcast MVP, o CEO da Lovin‘, Lucas Aguiar, falou mais sobre o mercado de startups de bebidas e oportunidades no setor.