Foodtech

Frubana fecha na Colômbia e México para focar no Brasil

País representa mais de 60% dos acessos, e plano da foodtech é apostar neste crescimento para depois retomar em outros países

Frubana
Frubana. Crédito: Canva

A Frubana, startup colombiana que criou uma solução para conectar produtores rurais a restaurantes, vai apostar todas as fichas no Brasil para se garantir no mercado. Para isso, a empresa anunciou a suspensão de suas operações no México e até mesmo em seu país natal.

Segundo reportou a Forbes colombiana, a companhia afirmou que sua decisão é temporária, um reflexo das dificuldades enfrentadas no mercado no último ano. “As condições macroeconômicas não têm sido favoráveis, impedindo-nos de reunir os recursos necessários para continuar a operar na Colômbia e no México”, afirmou a empresa. “Nesse contexto, e após deliberação criteriosa com nossos stakeholders, decidimos concentrar todos os nossos esforços e recursos no Brasil”, destacou a companhia.

De acordo com a própria Frubana, o Brasil atualmente representa 60% dos acessos à plataforma, e o plano é capitalizar em cima desta aceitação no mercado brazuca, a fim de reforçar seus unit economics e retornar para os dois mercados descontinuados dentro dos próximos cinco anos.

A operação desligada pela empresa na Colômbia tinha números consideráveis. Diariamente a companhia comprava cerca de 90 toneladas de frutas e verduras, atendendo uma rede de mais de 20 mil restaurantes consumidores. No Brasil, por sua vez, o número passa de 40 mil restaurantes, segundo dados divulgados no ano passado.

Planos para a operação no Brasil

Para o Brasil, os planos da Frubana são ambiciosos. No ano passado, o CEO da empresa, Fabian Gutierrez, afirmou que a intenção é chegar a 250 mil restaurantes atendidos no Brasil. Segundo dados recentes divulgados pela companhia, atualmente a Frubana tem suas operações em 30 cidades nas regiões de São Paulo e Belo Horizonte, com 12 centros de distribuição instalados.

Além disso, no ano passado a foodtech também anunciou uma nova frente de atuação, incluindo serviços financeiros em sua plataforma. Chamada de Frubana Capital, a unidade passou a incluir produtos de crédito – uma espécie de “fiado” – para que estabelecimentos possam reabastecer seus estoques e pagar no prazo. Com um tíquete médio de R$ 2 mil mensais por restaurante, a companhia afirmou que no passado já chegou a movimentar mais de R$ 15 milhões por mês com esta frente.

Produto da chamada “Rappi Mafia” – Fabian Gutierrez foi um dos primeiros funcionários do unicórnio colombiano – a Frubana surgiu em 2018, e só desembarcou no Brasil em 2021, embalada por mais de US$ 200 milhões investidos por fundos como Monashees, SoftBank, Tiger Global e Lightspeed. A última capitalização da startup veio em 2022, quando levantou US$ 75 milhões em uma série C liderada pela DST Global. No fim do mesmo ano, ela conseguiu uma extensão da rodada, de valor não divulgado, mas que saiu do bolso da Chimera Investment.

Aqui no Brasil, a Frubana não está sozinha na disputa pelo mercado de abastecimento de verduras e frutas para restaurantes. A Raizs, que começou com um modelo de venda direto ao consumidor, desde o ano passado também passou a atender o B2B, o que impulsionou sua receita em 60% em 2023, inclusive fazendo a startup chegar ao breakeven.